Mauro Cid deve confessar que vendeu joias a mando de Bolsonaro, diz advogado
Um dos principais homens de confiança do ex-presidente está preso desde maio
O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, deve admitir que vendeu as joias da Presidência nos Estados Unidos a mando do ex-presidente, entregou o dinheiro em espécie para ele e transferiu clandestinamente o valor para o País, de acordo com declaração do advogado de Cid, Cezar Bittencourt, nesta quinta-feira (17). As informações são da Veja e da TV Globo.
Mauro Cid, um dos principais homens de confiança de Bolsonaro, está preso desde maio. As peças que são alvo das apurações foram presentes para a Presidência durante o mandato de Bolsonaro. A ação da PF visa esclarecer se o dinheiro das joias foi enviado para o ex-mandatário da República e se a verba para a recompra das joias partiu dele.
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Bolsonaro afirmou, em nota divulgada na última sexta, que "jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos, colocando à disposição do Poder Judiciário sua movimentação bancária". A defesa afirma que pediu voluntariamente, em março, que os itens fossem depositados no Tribunal de Contas da União (TCU) até a definição do que seria feito.
Conforme as investigações, o general era o responsável por negociar as joias e os demais bens nos EUA – inclusive, recebia os valores em sua conta bancária.
A Polícia Federal brasileira já pediu um acordo de cooperação internacional com os Estados Unidos.
QUEM SÃO OS ALVOS DA OPERAÇÃO?
Conforme a TV Globo e a GloboNews apuraram, há pelo menos quatro alvos:
- O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel do Exército Mauro Barbosa Cid;
- O pai dele, o general do Exército Mauro César Lorena Cid;
- O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e tenente do Exército Osmar Crivelatti;
- O advogado Frederick Wassef, que já defendeu Bolsonaro e familiares em diversos processos na Justiça.
A operação da PF foi batizada "Lucas 12:2", em alusão ao versículo da Bíblia que diz: "não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido".
Durante o governo Bolsonaro, o militar ocupou cargo federal em Miami ligado à Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos.