Lula critica mudanças no PL Antifacção e cobra ação do Senado
O ministro da Fazenda texto aprovado pela Câmara.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar, nesta quarta-feira (19), o projeto de lei antifacção criminosa aprovado pela Câmara dos Deputados. Segundo ele, as alterações feitas pelos parlamentares desfiguram pontos essenciais da proposta enviada pelo Executivo e podem enfraquecer o combate às organizações criminosas. Lula pediu que o Senado restabeleça o conteúdo original do texto.
Em publicação no X, o presidente afirmou: "Precisamos de leis firmes e seguras para combater o crime organizado. O projeto aprovado ontem pela Câmara alterou pontos centrais do PL Antifacção que nosso governo apresentou. Do jeito que está, enfraquece o combate ao crime e gera insegurança jurídica. Trocar o certo pelo duvidoso só favorece quem quer escapar da lei".
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Lula também cobrou responsabilidade dos senadores na análise do projeto: "É importante que prevaleça, no Senado, o diálogo e a responsabilidade na análise do projeto para que o Brasil tenha de fato instrumentos eficazes no enfrentamento às facções criminosas".
O presidente reiterou que a proposta original buscava fortalecer a Polícia Federal (PF), ampliar a integração entre as forças de segurança e reforçar o trabalho de inteligência.
"O compromisso do Governo do Brasil é com uma agenda legislativa que fortaleça as ações da Polícia Federal, garanta maior integração entre as forças de segurança e amplie o trabalho de inteligência para enfrentar as facções nos territórios onde elas tentam se impor, mas especialmente para atingir as estruturas de comando que sustentam e financiam seus crimes. Estamos do lado do povo brasileiro e não abriremos mão de combater de verdade toda a cadeia do crime organizado
Haddad: projeto ‘asfixia’ a Polícia Federal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também criticou o texto aprovado pela Câmara. Ele afirmou que o projeto, ao contrário do que se propõe, não enfraquece o crime organizado, mas sim a própria Polícia Federal.
"Objetivamente, esse projeto asfixia financeiramente, não o crime organizado, asfixia financeiramente a Polícia Federal. Não é aceitável no momento auspicioso da Polícia Federal. A Polícia Federal está no seu melhor momento de combate ao crime organizado, com três operações em menos de 120 dias", declarou Haddad.