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Indicação de aliado de Capitão Wagner para gestão de Sarto gera embates na Câmara de Fortaleza

Vereadores ex-aliados do atual prefeito repercutiram o assunto, mas foram rebatidos por filho de Gomes de Matos

Escrito por Felipe Azevedo , felipe.azevedo@svm.com.br
Montagem Júlio Brizzi e Pedro Gomes de Matos
Legenda: Júlio Brizzi e Pedro Gomes de Matos entraram em embate após publicação em redes sociais do vereador do PDT
Foto: Érika Fonseca

A entrada do ex-deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PL), que é aliado do Capitão Wagner (União), na gestão do prefeito José Sarto (PDT) em Fortaleza gerou discussão e embates entre vereadores durante sessão desta quinta-feira (23) na Câmara Municipal (CMFor).

Histórico opositor do governo, o ex-deputado federal foi convidado para assumir a Fundação da Criança e da Família Cidadã (Funci), em um movimento de aproximação de antigos adversários. 

A notícia repercutiu nas redes sociais ainda nesta quarta-feira (22), quando o vereador Júlio Brizzi (PDT), que deixou a base do prefeito na Câmara, chamou de "marmota" a movimentação e teve postagem compartilhada por Léo Couto (PSB), outro parlamentar ex-aliado de Sarto.

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"Surreal! O candidato a vice-governador do Capitão Wagner em 2022 foi nomeado hoje na equipe do prefeito Sarto (PDT)! Ele é eleitor e filiado ao partido do Bolsonaro (PL)", escreveu. 

Discussão em plenário

A publicação gerou reação do vereador Pedro Gomes de Matos (PL), que era suplente e recentemente assumiu vaga definitiva a Casa. Ele é filho de Raimundo Gomes e, nesta quinta, usou a tribuna para defender a indicação do pai no órgão de prefeitura. 

"Tentam distorcer a política séria que o meu pai faz, tentando manobrar a narrativa da sua nomeação, querendo vincular ao Bolsonaro. Marmota é fazer coisa errada na administração pública, é responder a processos", rebateu o parlamentar. 

Ele também fez críticas aos vereadores que recentemente deixaram a base do prefeito e formaram um grupo denominado "independente", uma vez que, assumidamente, também não compõe a oposição à gestão. 

"Não temos que ficar fingindo sermos independentes e, no final das contas, estar puxando o saco do governador para depois estar vinculado e ter um partido para se eleger", disse. 

Na tentativa de apaziguar o cenário após ter feito a postagem nas redes sociais, Júlio Brizzi utilizou a tribuna da Câmara para tratar do assunto. 

"Ele (Raimundo Gomes) obviamente reúne a qualidade técnica, mas o movimento de aproximação com o grupo do Capitão Wagner está cada vez mais claro.  Nunca vim aqui falar pessoalmente de nenhum colega, eu falo do assunto, tenho esse cuidado. O movimento da atual gestão está indo para a direita", disse Brizzi. 

Léo Couto, por sua vez, usou o tempo mais próximo ao final da sessão para responder à provocação feita por Pedro Matos no início dos trabalhos. 

"Eu não posso admitir  que eu seja chamado de puxa saco e que esteja atrás de partido para me eleger, até porque eu não sou suplente. O meu partido faz parte do Governo Federal, e tem o vice-presidente. Acho que o vereador Pedro foi infeliz na colocação", destacou. 

Quem também falou sobre a aproximação de Raimundo Gomes na Prefeitura de Fortaleza foi o deputado estadual Carmelo Neto, parlamentar mais votado no ano passado e que também é um dos quadros do PL. 

"Meu posicionamento é de ser oposição, minhas fiscalizações continuarão a ocorrer, até com mais intensidade", salientou.

Candidato a vice-governador na chapa de Capitão Wagner em 2022, Raimundo Gomes declarou ao colunista Wagner Mendes que conversou com o atual secretário de saúde de Maracanaú e com dirigentes do PL antes de aceitar o convite, e que foi "surpreendido" com o contato de assessores da Prefeitura para assumir o cargo.

 

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