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Em ato pró-Lula no Ceará, André Figueiredo defende 'independência' do PDT a governo Elmano

Pedetistas se reuniram com movimentos sociais do PDT pela democracia em apoio à candidatura de Lula

Escrito por Alessandra Castro, Wagner Mendes ,
PDT, André Figueiredo
Legenda: O partido realizou nesta terça o encontro "Movimentos Sociais do PDT pela Democracia"
Foto: Kid Júnior

Reunido com a militância do PDT, nesta terça-feira (25), para articulação da reta final do segundo turno da eleição presidencial no Estado, o presidente do PDT no Ceará, deputado federal André Figueiredo, defendeu que a legenda adote uma postura de "independência" diante do governo Elmano de Freitas (PT), que será iniciado no dia 1° de janeiro de 2023.

"Não seremos situação. Situação acho que seria, inclusive, uma incoerência. Nós perdemos. A democracia fez com que nós tivéssemos não um governo, mas uma situação que também não vai ser oposição inconsequente, mas vai ser uma posição de independência até com respeito aos nossos eleitores que votaram no Roberto Cláudio", disse.

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O partido, que teve Roberto Cláudio como candidato a governador, elegeu 13 deputados estaduais – é a maior bancada na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE).

Apesar do discurso do dirigente, já foram iniciadas as conversas entre o governador eleito Elmano de Freitas (PT) com deputados pedetistas eleitos para a próxima legislatura.

A relação entre Elmano e pedetistas na AL-CE é de proximidade, principalmente com o presidente do parlamento estadual, Evandro Leitão (PDT). Nos bastidores, há a expectativa de que a maioria da bancada integre as fileiras da base do governo.

Em meio ao cenário de "independência" citado por Figueiredo, há deputados pedetistas que falam abertamente na continuidade da relação política com o PT no Governo do Estado.

"Queremos parcerias com os nossos parceiros dos últimos 16 anos, com PT, PP e PSD para que a gente possa construir um futuro melhor para o Estado do Ceará. O nosso sinônimo é de união para todo o Estado", declarou o deputado estadual reeleito Sergio Aguiar (PDT).

Evento pró-Lula

Durante o evento, o apoio à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi feito com uma série de ressalvas. Com falas de "é o jeito" e "vou seguir" o partido, militantes e lideranças que se manifestaram durante os discursos deixaram claros as ponderações em relação a Lula.

As mágoas à postura do petista em relação à candidatura de Ciro Gomes (PDT) à Presidência neste ano também ficaram evidentes. Para o presidente do PDT no Ceará, a campanha de "voto útil" de Lula foi um dos fatores responsáveis pelo baixo desempenho do ex-ministro e ex-governador do Ceará nas urnas no primeiro turno. 

Durante o evento desta terça, nem Ciro nem o ex-candidato Roberto Cláudio, que ficou em terceiro na disputa, estiveram no evento. Sem eles, nenhum vereador de Fortaleza se fez presente no local para reforçar o movimento de apoio a Lula. 

"Evidentemente que nós vamos com Lula, mesmo a despeito de tudo que o nosso grande companheiro Ciro Gomes sofreu durante o período eleitoral e pré-eleitoral com a chacota de voto útil e que fez com que ele minguasse dos quase 13% em 2018 para pouco mais de 3%. E agora talvez esses 3% sejam decisivos para dizer se quem ganha é Lula ou Bolsonaro. Se tivesse o PT nos respeitado, nós não teríamos absolutamente dúvidas de que o nosso companheiro Ciro estaria nesse evento, estaria totalmente integrado"
André Figueiredo
Presidente do PDT Ceará

Ex-prefeito de São Gonçalo e eleito deputado estadual, Cláudio Pinho (PDT) evitou mencionar o nome de Lula no discurso e disse que iria acompanhar o partido porque quer "um mundo melhor".

"Nós temos a obrigação e o compromisso partidário e é por isso que estou aqui – por respeitar o nosso partido, por respeitar as decisões, algo que não foi respeitado nessas eleições. Portanto, eu queria até acalmar meu coração, coisa que eu ainda não consegui. Mas a política tem essas coisas e o mundo principalmente. E a gente quer um mundo melhor, eu vou acompanhar o partido", declarou.

Em entrevista após o evento, a irmã mais nova de Cid e Ciro Gomes e deputada estadual eleita. Lia Gomes (PDT), declarou que as "feridas" da campanha pelo Palácio do Planalto ainda "estão abertas" e pediu um tempo para Ciro.

"O PT foi muito cruel com o Ciro, não respeitou um adversário de longas datas que sempre apoiou o Lula, pregou um voto útil e esmagou, pressionou o eleitor do Ciro. Comparou a figura do Ciro ao Bolsonaro, foi uma campanha muito rasteira. Então, a gente tem que dar um tempo. Eu sinto tudo isso, o Ciro é meu irmão, com quem eu me identifico muito politicamente. As feridas estão abertas"
Lia Gomes
Deputada Estadual Eleita

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