Eduardo Bismarck busca consenso em disputa por coordenação da bancada do Ceará, mas enfrenta impasse
Parlamentar disputa o voto dos colegas com Luizianne Lins, do PT
Tentando reunir os parlamentares federais cearenses em torno da candidatura à coordenação da bancada, o deputado Eduardo Bismarck (PDT) enfrenta impasse entre os colegas e tenta um consenso em Brasília para ser eleito.
Parte dos parlamentares, no entanto, prefere Luizianne Lins (PT) na função. Enquanto isso, um acordo de "rodízio" entre os partidos havia sido acertado previamente, no qual União Brasil e PSD também deverão indicar um coordenador no futuro.
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Atualmente a bancada cearense é coordenada pelo deputado Júnior Mano (PL), que faz oposição ao Governo do Estado. Os parlamentares preveem que a indicação de um novo líder será efetivada após o feriado de Carnaval. Mesmo assim, já há articulação de bastidores nesse sentido.
De um lado, Eduardo Bismarck tenta ser um nome que reúne consenso entre deputados e senadores. De outro, Luizianne também adota o mesmo discurso de união, mas evita falar sobre estratégia de bastidores para garantir o voto.
"A escolha da coordenação será uma discussão com toda a bancada e a ideia é se trabalhar para uma decisão consensual. A expectativa é que fique pra logo depois do carnaval", disse a parlamentar.
São 22 deputados federais na bancada, mais três senadores. Para se eleger coordenador é preciso o voto da maioria simples. Bismarck afirma ter o voto de ao menos 17 deputados e dois senadores.
"A gente já vem dialogando desde o início da legislatura, com os deputados e senadores. Eu sempre pontuei que era necessário um amplo apoio. Foi uma construção que fizemos de que haveria um rodizio iniciando pela maior bancada esse ano", explica o parlamentar do PDT.
Eduardo Bismarck pontua ainda que se coloca à disposição porque avalia ter um bom fluxo em Brasília "independente da ideologia", e que isso facilita as articulações, por exemplo, para angariar verbas para o Estado.
Cabe ao coordenador, por exemplo, definir, ouvindo os colegas, as emendas de bancada, que são destinadas, geralmente, para obras estruturantes no Estado.
Articulação
Defendendo a eleição de Luizianne Lins, a deputada Fernanda Pessoa (União Brasil) argumenta que a colega é preparada para o posto, que tem experiência e que "seria importante ter uma coordenadora mulher".
A parlamentar diz também que um acordo feito entre os deputados em torno de Eduardo Bismarck foi firmado sem a presença dela e dos demais parlamentares do PT, ainda antes da posse.
"Eu não concordo com a discussão sem eu estar presente. Quem lançou a deputada Luizianne fui eu. Primeiro por ser mulher e também por ser capaz. Nunca tivemos uma bancada feminina com três mulheres. Fui eu que pedi as assinaturas", diz a parlamentar.
Pelo acordo – já confirmado pelos parlamentares –, União Brasil e PSD seriam os próximos partidos a indicarem um coordenador para a bancada.
Votos
"Nós do PSD estamos tentando nos alinhar o máximo e no acordo que envolve a alternância de coordenação onde o PSD teria um ano coordenando a bancada, acredito que não vai haver mudanças", diz o deputado Célio Studart.
"Foi feito um acordo de um rodízio. Eu, Moses Rodrigues e a Dayany do Capitão, todos do União Brasil, assinamos a indicação do Eduardo Bismarck. A Luizianne chegou depois do acordo. Ela nunca teve uma vivência muito orgânica na bancada. Eu sou cumpridor de acordo", destaca o deputado Danilo Forte, do União Brasil.
Os parlamentares do PT José Airton e Guimarães foram procurados, mas não atenderam as ligações.