Doleiro Alberto Youseff é preso em Santa Catarina
Youssef foi preso na Operação Lava Jato e assinou acordo de delação premiada
O doleiro Alberto Youssef foi preso pela Polícia Federal em Santa Catarina nesta segunda-feira (20), por determinação da 13ª Vara Federal de Curitiba.
A prisão foi determinada pelo juiz Eduardo Appio, que substituiu o ex-juiz Sérgio Moro na vara especializada em crimes financeiros. Segundo Appio, Youssef não devolveu todos os valores de que se beneficiou ilicitamente e não informou à Justiça Federal informações atualizadas sobre o endereço.
"O simples fato de que possui diversos endereços e de que estaria morando na praia já evidencia uma situação muito privilegiada e que resulta incompatível com todas as condenações já proferidas em matéria criminal", aponta a decisão.
Youssef foi preso em Itapoá e deve ser levado a Curitiba. Os policiais tentaram cumprir mandado de prisão no endereço fornecido, mas encontraram apenas um barracão abandonado.
Detido em março de 2014, Youssef cumpriu pena em regime fechado até novembro de 2016, quando passou para o regime domiciliar com tornozeleira eletrônica.
Acordo de delação premiada
Youssef foi preso anteriormente em 2014, durante Operação Lava Jato, apontado como o chefe de um esquema de pagamento de propinas e lavagem de dinheiro. Ele firmou acordo de delação premiada, em que deu informações sobre a investigação em troca de alívio na pena.
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Segundo os termos do acordo, Youssef ficaria no máximo cinco anos preso, com progressão diretamente para o regime aberto. Em troca, ele apresentaria informações que poderiam levar à prisão de outros suspeitos e transferiria uma série de bens para a União.
O juiz Eduardo Appio ressaltou que Youssef só poderia ser beneficiado pela suspensão das ações caso cumprisse os requisitos. O relatório fiscal da Receita Federal aponta que o ex-doleiro não ressarciu os valores desviados e tem condições de vida incompatíveis.
O acordo de delação não se encontra em discussão no caso, mas somente a sua abrangência. A defesa de Alberto Youssef disse à Veja que a decisão "ignorou por completo os termos do acordo homologado pelo STF.