Legislativo Judiciário Executivo

Documentos enviados por Damares Alves não provam abusos de crianças no Pará, diz jornal

O veículo verificou o documento enviado pela assessoria da ex-ministra, e diz não ter encontrado os fatos que ela alegou

Escrito por Redação ,
Ex-ministra e senadora eleita, Damares
Legenda: Segundo Damares, as crianças traficadas são submetidas a mutilações corporais
Foto: Ana Paula Barboza/ Prefeitura de Cianorte/Divulgação

Os relatórios que Damares Alves, senadora eleita pelo Distrito Federal, apresentou para buscar comprovar as denúncias que fez sobre crimes de violência sexual contra crianças no Pará não contêm provas do caso, de acordo com análise do jornal Estadão.

O veículo verificou o documento de 2.093 páginas dos relatórios de três CPIs enviados pela assessoria de Damares, e diz não ter encontrado os fatos que ela alegou terem ocorrido na Ilha de Marajó.

A assessoria da ex-ministra enviou ao jornal relatórios da CPI da Pedofilia, de 2010, da CPI da Assembleia Legislativa do Pará, também de 2010, e da CPI dos Maus-tratos, concluída em 2018 pelo Senado. Segundo a reportagem, nenhum documento, até o momento, confirmou as alegações de Damares.

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A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) determinou, nesta terça-feira (11), que o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos informe detalhadamente, em até três dias, todos os casos de denúncias recebidas pela pasta entre 2016 e 2022 que envolvem tráfico de crianças e estupro de vulneráveis.

Entenda o caso

Em discurso durante culto na Assembleia de Deus, em Goiânia, a ex-ministra afirmou que o Ministério descobriu um esquema de tráfico de crianças no arquipélago de Marajó, no Pará.

Segundo Damares, as crianças traficadas seriam submetidas a mutilações corporais e regimes alimentares para facilitar abusos sexuais.

A senadora eleita afirmou ainda que o Ministério possui imagens de crianças de oito dias de vida sendo estupradas. No discurso, ela atesta que um vídeo de estupro de crianças é vendido por valores entre R$ 50 e R$ 100 mil.

Membros do MPF no Pará pediram à Secretaria-Executiva do MMFDH que apresente todos os supostos casos, incluindo os detalhes que possua, e informe quais providências foram tomadas ao descobrir os crimes.

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