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Dilmara Amaral toma posse como prefeita interina de Limoeiro do Norte com elogios a prefeito

Ela assume após pedido de licença de José Maria Lucena, alvo de ações por suposto 'sumiço' das funções como gestor

Escrito por Luana Barros , luana.barros@svm.com.br
Dilmara Amaral
Legenda: Dilmara Amaral tomou posse como prefeita interina de Limoeiro do Norte
Foto: Reprodução/Youtube Câmara Municipal

Dilmara Amaral (PDT) tomou posse na manhã desta quinta-feira (12), como prefeita interina de Limoeiro do Norte. Vice-prefeita da cidade, ela assume após pedido de licença do prefeito, José Maria Lucena (PSB) — cujo afastamento foi aprovado também nesta quinta-feira pela Câmara Municipal de Limoeiro do Norte. 

Durante discurso, ela ressaltou que este "é um dos momentos mais difíceis que o nosso município atravessa" e aproveitou para ressaltar "todo o respeito" pelo prefeito licenciado. "Um grande homem, que fez história", destacou. 

Eleitos juntos em 2020, Dilmara Amaral e José Maria Lucena estavam rompidos politicamente — um dos motivos para a demora no pedido de licença de Lucena, que vinha sendo investigado há cerca de um ano por suspeita de não estar cumprindo as funções como prefeito da cidade

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Empossada, Amaral destacou que este é um "momento de união em prol de um futuro melhor" para Limoeiro do Norte. "Com gratidão, aceito a responsabilidade de assumir como prefeita interina", disse. 

"Sabemos que teremos muitos obstáculos pela frente, quero enfatizar que não pouparemos esforços para propiciar a Limoeiro dias mais promissores", garantiu. "Podem esperar transparência, responsabilidade e compromisso sólido com o bem estar da população". 

Presente na solenidade de transmissão de posse, o deputado federal Eduardo Bismarck (PDT) também falou sobre o "momento delicado" e "difícil que Limoeiro vive". "A Dilmara não pediu pra ser prefeita, ela pediu pra ser vice-prefeita. E o papel institucional do vice-prefeito é assumir na vacância do prefeito e é isso que ela está fazendo nesse momento", disse. 

'A lei foi cumprida'

Durante a posse de Dilmara Amaral, vereadores de Limoeiro do Norte também repercutiram a crise no município. O presidente da Câmara Municipal, Darlyson Paxá (PSB), ressaltou que este é "um dos momentos mais difíceis da história de Limoeiro do Norte". 

"Precisamos de muito equilíbrio, de muita calma para que possamos fazer o melhor para o nosso povo. Peço a todos que vamos nos unir para que o carro chefe, nosso amado Limoeiro do Norte, esteja em primeiro lugar. É o momento mais difícil da nossa história", destacou. 

Ele disse ainda que a prefeita empossada, Dilmara Amaral, contará com a ajuda do Legislativo: "Serei um soldado". 

O vereador Valdir da Silva (PSB) disse que, neste momento, é necessário a união de todos, inclusive no Legislativo. "Vamos nos unir, vamos deixar de 'arenga', porque, se continuar com problemas aqui, não vamos deixar a Dilmara trabalhar", disse.

Autor de inquérito para investigar José Maria Lucena na Câmara Municipal, que foi rejeitado ainda em setembro, o vereador Cabo Rubem (PL) celebrou a posse de Dilmara Amaral: "A lei foi cumprida". "O meu objetivo era conscientizar não só a classe política, mas a população de que precisava alguém estar sentada na cadeira de prefeita", disse. 

A vereadora Lívia Maia (PL) ressaltou que era "inadmissível" que Limoeiro do Norte continuasse "com a desgovernança que vinha acontecendo". Ela ressaltou o respeito a José Maria Lucena, mas lembrou que Dilmara também foi eleita nas eleições de 2020. 

'Sumiço' do prefeito

O agora prefeito licenciado José Maria Lucena é investigado há mais de um ano pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) após denúncias de que ele não estaria exercendo as funções de gestão, que supostamente estariam sendo colocadas em prática por secretários e mesmo terceiros. 

Após tentar realizar audiências com o gestor, que faltou, alegando estar passando por tratamento médico em Fortaleza; o MPCE ajuizou ação por improbidade administrativa contra Lucena na última segunda-feira (9).

No documento, o órgão pedia, "para evitar a iminente prática de novos ilícitos", o afastamento do prefeito do cargo por 90 dias, além da devolução dos salários recebidos por ele em 2023 "sem efetivamente trabalhar". O valor devolvido seria de R$ 166.500 mil, além de multa, totalizando R$ 333 mil. 

Além disso, o Ministério Público pede que José Maria Lucena perca os direitos políticos. 

Na terça-feira (10), a Justiça tomou a primeira decisão sobre o caso, mas atendendo a pedido de uma ação popular que também cobrava o afastamento do gestor municipal. A desembargadora Maria Vilauba Fausto Lopes determinou que um hospital privado de Fortaleza envie à Justiça toda a documentação médica sobre a real situação de saúde de José Maria Lucena.

A magistrada também indicou que seja realizada uma perícia médica, pela Perícia Forense do Ceará, sobre o estado de saúde de Lucena.

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