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Como o fim da Magnitsky contra Alexandre de Moraes repercutiu no mundo

Imprensa internacional analisa o fim das sanções dos EUA contra ministro do STF e a relação com Donald Trump e Jair Bolsonaro.

Escrito por
Redação producaodiario@svm.com.br
Foto de Alexandre de Moraes, ministro do STF, sorrindo.
Legenda: As sanções haviam sido aplicadas em um período de crise.
Foto: Luiz Silveira/STF.

A decisão do Governo dos Estados Unidos de retirar as sanções impostas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, por meio da Lei Magnitsky, foi noticiada por veículos de imprensa internacional, que contextualizaram a medida dentro das relações políticas entre Washington e Brasília.

O anúncio da medida pelos EUA ocorreu nesta sexta-feira (12). As sanções haviam sido aplicadas em um período de crise, após o presidente americano Donald Trump acusar a Justiça de perseguir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o que classificou como "caça às bruxas".

A agência de notícias americana Bloomberg repercutiu o levantamento das sanções, sugerindo que a suspensão da penalidade estaria ligada a uma tentativa do ex-presidente Trump de influenciar a política brasileira.

A agência lembrou que a suspensão das sanções ocorre após Trump aliviar tarifas que haviam sido aplicadas a exportadores brasileiros, vendo a medida como mais uma tentativa de exercer pressão e auxiliar Bolsonaro.

O título da Bloomberg destacou que os "EUA Retiram Sanções contra Juiz Brasileiro que Liderou o Julgamento de Bolsonaro".

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Outra agência americana, a Reuters, contextualizou a aplicação inicial da Lei Magnitsky, lembrando que Trump havia acusado Moraes de agir como um ditador, autorizando detenções arbitrárias, suprimindo a liberdade de expressão e enfraquecendo o judiciário.

O jornal estadunidense Washington Post reproduziu uma notícia da Associated Press, também destacando que Moraes liderou o julgamento contra o ex-presidente Bolsonaro.

O argentino Infobae destacou que a exclusão de Moraes e sua família da lista Magnitsky acontece após aproximação diplomática entre as gestões de Trump e Lula.

Em relação à postura do Brasil, a britânica Financial Times noticiou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "rejeitou a pressão" estrangeira.

Já o The Guardian frisou que a medida foi solicitada "repetidamente" pelo presidente Lula durante as negociações com Trump para revogar as tarifas adicionais de 50% sobre as importações brasileiras.

Até o momento,  o governo americano não comentou oficialmente a decisão de retirar as sanções contra o ministro Alexandre de Moraes e sua esposa.

No entanto, segundo o noticiou o jornalista Lauro Jardim, em sua coluna no jornal O Globo, Lula enviou uma mensagem de agradecimento a Donald Trump logo após o anúncio da retirada de Moraes e sua mulher da lista de sancionados.

E, durante o evento de lançamento do SBT News, em Osasco (SP), nesta sexta-feira, o chefe do Planalto afirmou que Trump deu um presente de aniversário para o ministro do Supremo, que completa 57 anos neste sábado (13).

"O Trump deu de presente para ele o reconhecimento de que não era justo um presidente de um outro país punir um ministro da Suprema Corte porque estava cumprindo com a Constituição brasileira", disse Lula.

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