Legislativo Judiciário Executivo

Com cartas de anuência aprovadas, Figueiredo garante que partido vai disputar mandatos na Justiça

A reação de Figueiredo ocorre poucas horas após o diretório do PDT no Ceará aprovar, sob o comando do senador Cid Gomes, cartas de anuências para deputados estaduais e federais

Escrito por Alessandra Castro, Wagner Mendes ,
André Figueiredo
Legenda: Ainda conforme Figueiredo, alguns parlamentares que pediram anuência lhe confidenciaram que não pretendem formalizar a solicitação perante à Justiça
Foto: Foto: Thiago Gadelha

Presidente nacional do PDT de forma interina, o deputado federal André Figueiredo afirmou que o partido vai disputar na Justiça os mandatos dos parlamentares eleitos em 2022 e que estão pedindo para sair da sigla através das cartas de anuência aprovadas em reunião na manhã desta quarta-feira (8). A postura do partido, garantiu o dirigente, será similar ao que ocorre com o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), deputado estadual Evandro Leitão. 

"Vamos recorrer da forma como recorremos com a carta de anuência que foi expedida para o Evandro. Não existe justificativa para emissão das cartas de anuência. Foi muito feio. Você chamar uma reunião da noite para o dia, eivado de ilegalidades. Se isso não for apenas uma joga política, esvaziando o PDT"
André Figueiredo
Presidente interino do PDT Nacional

A reação de Figueiredo ocorre poucas horas após o diretório do PDT no Ceará aprovar, sob o comando do senador Cid Gomes, cartas de anuências para 9 deputados estaduais titulares e 4 suplentes; 4 deputados federais titulares e 2 suplentes; e 2 vereadores. Uma reunião extraordinária foi realizada na manhã desta quarta-feira (8), horas antes do encontro nacional do partido que pode destituir Cid do comando da agremiação no Estado.

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Entre os parlamentares da sigla com mandatos, apenas os deputados estaduais Cláudio Pinho, Antônio Henrique, Queiroz Filho e o próprio André Figueiredo não estão na lista de pedidos de anuências. Eles fazem parte da ala do partido ligado ao ex-ministro Ciro Gomes, que está rompido com o grupo liderado pelo senador Cid Gomes.

Ainda conforme Figueiredo, alguns parlamentares que pediram anuência lhe confidenciaram que não pretendem formalizar a solicitação perante à Justiça.

"Algumas delas podem ter sido solicitadas pela pressão do momento. Já conversei com alguns federais e estaduais que disseram que não iriam formalizar perante à Justiça. Caso (as anuências) se materializem, as pessoas já não podem mais se considerar do PDT. Lógico, não terão mais espaços na Assembleia, Câmara dos deputados", disse.

Além das cartas de anuência concedidas nesta quarta, Evandro Leitão também foi liberado pela Executiva Estadual do PDT para deixar o partido em agosto. O caso é questionado na Justiça, mas última decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) aprovou a desfiliação do parlamentar da legenda.

Queda de braço

O senador Cid Gomes enfrenta uma queda de braço interna pelo comando do PDT no Ceará. Atualmente, Figueiredo preside interinamente a Executiva Nacional da sigla, enquanto Cid comanda o diretório estadual.

Todavia, a presidência dele na legenda sofreu intervenção da Executiva Nacional, no dia 27 de outubro. Como a Executiva Nacional deu prazo para "direito de defesa", o senador continuou no exercício da função na agremiação cearense.

A deliberação sobre a intervenção deve ocorrer no encontro agendado para esta quarta, às 18h, em Brasília, que pode destituir de vez Cid da sigla.

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