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Cid vence eleição pela presidência do PDT Ceará, com mandato até dezembro de 2023; veja composição

Presidente interino do PDT nacional, André Figueiredo deixa o comando estadual

Escrito por
Luana Barros, Bruno Leite, Ingrid Campos producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 18:41)
Cid Gomes em reunião do PDT
Legenda: Cid Gomes foi eleito presidente do PDT nesta segunda-feira (16)
Foto: Kid Jr

O senador Cid Gomes (PDT) foi eleito novo presidente do PDT Ceará. A escolha ocorreu após convocação do diretório para eleição de uma nova Executiva estadual, na tarde desta segunda-feira (16). Foram 48 votos favoráveis e uma abstenção. A vitória representa mais um episódio na queda de braço entre Cid e o deputado federal André Figueiredo (PDT), que deixa a presidência estadual do PDT após a votação. Pouco tempo após a divulgação do resultado, foi anunciada liminar judicial suspendendo os efeitos da reunião que elegeu Cid, mantendo Figueiredo no cargo.
 
Os dois representam duas alas divergentes dentro do PDT no Ceará, que vive uma crise desde a campanha eleitoral de 2022. Figueiredo — que é presidente interino do PDT nacional — conta com apoio de lideranças como o ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT), o atual prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT). 

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Desde a derrota de Roberto Cláudio em 2022, eles defendem que o partido permaneça na oposição ao governador Elmano de Freitas (PT). Por outro lado, Cid defende uma recomposição da aliança entre PT e PDT no estado e, com o apoio da ampla maioria da bancada do PDT tanto federal como estadual, a ida oficial para a base aliada do Governo do Ceará. 

O Diário do Nordeste tentou contato com o deputado federal André Figueiredo sobre a decisão do diretório e quando tiver retorno, a matéria será atualizada. Figueiredo está, neste momento, na China em missão oficial da Câmara dos Deputados. A reunião do PDT Ceará teria sido acompanhada por um assessor e um advogado do parlamentar, segundo apurado pela reportagem.  

Veja composição da nova Executiva do PDT Ceará:

Presidente - Cid Gomes (senador)
Vice-presidente - Cirilo Pimenta (prefeito de Quixeramobim)
2º vice-presidente - Marcos Sobreira (deputado estadual)
Secretário-geral - Salmito Filho (deputado estadual licenciado)
Secretário Adjunto - Júlio Brizzi (vereador de Fortaleza)
Tesoureiro - Robério Monteiro (deputado federal licenciado)
Tesoureiro adjunto - Mauro Filho (deputado federal)
Vogal - Silvana Sales
Vogal - Carlos Veneranda

Impasse no PDT Ceará

Apesar da crise interna do PDT no Ceará se arrastar desde a campanha eleitoral de 2022, a nova escalada na tensão dentro do partido ocorreu após o diretório estadual, sob o comando de Cid Gomes, conceder, em agosto, carta de anuência para a desfiliação do presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Evandro Leitão.

A autorização foi contestada pela Executiva nacional, sob comando de Figueiredo, e judicializada tanto na esfera cível como na Eleitoral. 

Em setembro, reunião convocada por Cid Gomes contou com a presença de Figueiredo e aliados. Na ocasião, a inclusão da pauta sobre o apoio do PDT ao Governo Elmano de Freitas chegou a ser cogitada, mas acabou sendo retirada a pedido de Figueiredo. Apesar disso, houve bate-boca entre integrantes das duas alas do PDT e Figueiredo, junto a aliados, acabaram deixando a reunião antes do fim. 

Três dias depois, no dia 29 de setembro, Figueiredo anunciou o retorno da licença e a deposição de Cid Gomes do comando do PDT Ceará. Na ocasião, os dois trocaram acusações sobre quebra de acordo. André Figueiredo afirmava que o senador havia descumprido partes do acordos feitos para assumir a presidência do diretório estadual — citando a carta de anuência a Evandro Leitão e eventual discussão sobre apoio a gestão estadual. 

Já Cid afirma que o único acordo feito foi que ele ficaria na presidência até dezembro e, na sequência, apoiaria Figueiredo na eleição para um novo mandato na Executiva estadual. O senador disse que quem descumpriu o acordo foi o deputado federal. 

Em resposta, Cid e aliados convocaram uma reunião do diretório estadual para eleição de nova Executiva. Um dia antes da publicação da convocação, no entanto, Figueiredo inativou o diretório estadual e foi criada comissão provisória no lugar. 

Na última terça-feira (10), tanto a Justiça cível como a Eleitoral derrubaram o ato, restituíram os mandatos dos integrantes do diretório e desfizeram a comissão provisória. Com isso, a convocação para eleição nesta segunda foi restabelecida.

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