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Cid fecha acordo sobre aliança em Fortaleza e grupo político decide por filiação ao PSB

Essa será a sétima migração partidária do senador cearense, que deve levar deputados federais e estaduais, além de prefeitos para novo partido

Escrito por Alessandra Castro, Luana Barros ,
Cid e pedetistas dissidentes
Legenda: O senador Cid Gomes reuniu deputados federais e estaduais nesta terça-feira
Foto: Divulgação

Uma década após ter deixado o partido, Cid Gomes vai retornar aos quadros do PSB. Após semanas de negociações e articulações nacionais, o senador e seu grupo político devem antecipar o anúncio, com possibilidade de ser feito ainda em 2023, segundo fontes ouvidas pelo Diário do Nordeste.

Desde que anunciou a saída do PDT, o PSB estava na mira do grupo. Em reunião no dia 18 de dezembro, a preferência por ir para o partido comandado pelo ex-deputado Eudoro Santana (PSB) tinha sido demonstrada por parlamentares, prefeitos e lideranças do grupo liderado por Cid Gomes. 

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Após o Natal, o grupo voltou a se reunir no escritório do senador Cid Gomes, em Fortaleza. Nesta terça-feira (26), Cid conversou com deputados federais e estaduais a respeito de eventuais problemas nos cenários municipais com a ida para o PSB. Estes problemas foram encontrados em reunião entre Cid e Eudoro realizada na última quinta-feira (21). 

Na sequência, alguns parlamentares e o próprio senador foram encontrar com o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), para tratar sobre o assunto. Os conflitos de interesse — que impactam nas eleições municipais — se concentram entre 10 e 15 cidades cearenses, o que não inviabiliza a ida do grupo para o PSB.

Isto, porque o principal problema foi resolvido: as alianças eleitorais em Fortaleza para 2024. O PDT vinha pressionando os dirigentes nacionais do PSB para ter o apoio da sigla a candidatura do prefeito José Sarto (PDT) em troca do apoio do PDT à reeleição de João Campos em Recife. 

Articulações, no entanto, garantiram a autonomia do PSB Ceará, cujo presidente Eudoro Santana já afirmou que irá "marchar junto" com o arco de alianças que dá sustentação ao Governo Elmano de Freitas (PT) na disputa pela Prefeitura de Fortaleza. Com isso, a ida do grupo cidista para o PSB é "martelo batido, ponta virada", afirmam parlamentares ouvidos pelo Diário do Nordeste

Filiação

Há expectativas de que a formalização aconteça até 4 de janeiro. Contudo, o ato festivo para filiação das lideranças pode demorar um pouco mais. O motivo é a necessidade de conciliar agendas das lideranças que devem estar presentes. Entre elas, o prefeito de Recife, João Campos (PSB), e o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira.

Também está prevista a participação do ministro Camilo Santana e do governador Elmano de Freitas. Além disso, o senador Cid Gomes e prefeitos cearenses que estão de saída do PDT também devem participar. 

Essa será a sétima mudança partidária de Cid. Ele volta ao PSB, ao qual foi filiado de 2005 a 2013, quando deixou a sigla para migrar para o Pros, após disputar gestão partidária com nomes tradicionais do partido, os irmãos Sérgio e Eliane Novais. Em 2014, após o rompimento, o PSB disputou o Governo do Estado, com Eliane Novais. Cid apoiou Camilo, do PT. 

A migração deve começar pelos prefeitos, que não enfrentam entraves partidários. A expectativa de Cid era migrar com cerca de 40 prefeitos. O número deve ser menor, no entanto, já que alguns nomes anteciparam a definição, como o prefeito de Barbalha, Dr. Guilherme, que se filiou ao PT, e a prefeita interina de Limoeiro do Norte, Dilmara Amaral, que se filiou ao Republicanos. 

A filiação de deputados deve acontecer à posteriori, já que terão ainda de enfrentar queda de braço na Justiça com o PDT.

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