Cid e Figueiredo publicam vídeo juntos para selar acordo sobre presidência do PDT e planos para 2024
Figueiredo lembrou que o acordo busca a construção de um diálogo permanente e dos objetivos do partido
Depois de uma semana de acirramento do PDT Ceará, o deputado federal André Figueiredo e o senador Cid Gomes divulgaram um vídeo juntos, nesta sexta-feira (7), selando a paz no partido. Os dois reiteraram o acordo firmado na quarta (5): André tira licença da presidência estadual e Cid assume até o fim do ano, quando o deputado retorna ao posto para investir na reeleição.
O próprio senador se comprometeu a apoiar a recondução de André ao comando estadual do PDT.
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"O atual diretório tem um mandato até 31 de dezembro, ele tem que ser renovado no mês de dezembro para que já comece janeiro com o novo diretório. Este será dirigido por uma Executiva e o meu compromisso com o André, de modo pessoal, numa demonstração que não estou atrás de cargo e reconhecendo o seu papel histórico no PDT, me comprometo em apoiá-lo para ser o presidente do partido, dessa Executiva do partido, a partir de 2024", garantiu Cid.
Figueiredo lembrou que o acordo busca a construção de um diálogo permanente e dos objetivos do partido, "como vinha sendo feito há oito anos", quando Cid trocou o Pros pelo PDT.
"O senador Cid é a principal liderança do Estado, eu tenho certeza que ele vai conseguir fazer com que o PDT continue sendo o maior partido do Ceará", afirmou o deputado, que fica, agora, provisoriamente apenas com a presidência nacional da legenda.
No período à frente do PDT, Cid ficará responsável por coordenar as negociações eleitorais no interior do Estado, onde há cerca de 60 prefeitos filiados e outras lideranças tentando chegar ao Executivo.
‘Visões diferentes’
Para Cid, o acirramento observado no partido nos últimos meses deve-se apenas a “visões diferentes” internamente, o que é “absolutamente natural”.
Agora, com arestas aparadas, o PDT vai focar em resolver as chaves partidárias nos municípios cearenses para chegar a 2024 com chapas competitivas.
“Para essa articulação, é sempre muito difícil você deixar cada um por si, que o município A vai resolver os seus problemas com partidos aliados sozinho, com situações diferentes do município B”, afirmou.
Para auxiliar nesse processo, a sigla pretende espelhar alianças já observadas a nível nacional – como com Rede, PSD e PT – em dinâmicas locais.
“Há esse esforço nacional, e é importante que a isso se some o esforço estadual para que o PDT, além desses partidos já citados, conversem com diversos partidos que são aliados nossos tradicionais. É impossível que tudo seja resolvido igualzinho nos 184 municípios, mas acho que (é necessário) um esforço, uma dedicação”, defendeu.
Cid pretende se dedicar às conversas com legendas como o PSD, o PP, o Podemos, o Republicanos, o Cidadania, o PSDB e outras. “Vamos ver a maior quantidade de cidades em que a gente possa consensuar um arco de alianças, sempre compreendendo que as realidade municipais são diversas”, concluiu.
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Acordo selado
Neste ano, após a crise que se instalou no PDT Ceará em 2022, um novo embaraço surgiu no partido: a disputa pela presidência estadual. Um segmento liderado por Cid defendia a sua investida no posto e se organizou para isso. Uma reunião do diretório estadual foi convocada para esta sexta com o objetivo de encaminhar a mudança.
André, que acumulava o comando-geral interinamente e o estadual até o fim do ano, acionou a Executiva nacional para deliberar sobre a questão. Na última segunda (3), a cúpula decidiu entrar ativamente no jogo e avocar processo ético-disciplinar na instância inferior.
O movimento gerou uma divisão de entendimento sobre as normas previstas no Estatuto do PDT, com declarações públicas validando a versão de cada lado. A escalada de tensão teve um fim, contudo, na última quinta-feira.