Instalação do Conselho de Ética testa resposta da Câmara de Fortaleza a polêmicas de vereador do PL

Primeira reunião do colegiado está marcada para esta terça-feira (1º) e tem casos de Inspetor Alberto na fila

Escrito por
Inácio Aguiar inacio.aguiar@svm.com.br
Legenda: Em um dos casos, o parlamentar acusa o PT de "ser eleito por facções criminosas"; petistas reagiram às declarações
Foto: Érika Fonseca/Câmara Municipal

Está marcada para esta terça-feira (1º) a primeira reunião do Conselho de Ética da Câmara Municipal de Fortaleza nesta legislatura. Na sessão, os parlamentares membros vão eleger presidente e vice-presidente do colegiado, que terá a missão de lidar com casos que vêm acirrando os ânimos na Casa, a exemplo das declarações do vereador Inspetor Alberto (PL) contra o Partido dos Trabalhadores (PT). 

A coluna apurou que o vereador Professor Enilson (Cidadania), membro da base do prefeito Evandro Leitão, deve ser confirmado como presidente do colegiado. A convocação da sessão já foi publicada no site oficial do Legislativo municipal. 

Além da recente acusação de que o PT teria sido "eleito por facções", feita já em fevereiro deste ano, o vereador acumula representações anteriores por declarações polêmicas durante o período eleitoral, como quando foi flagrado em situação de maus-tratos a um animal e ao ameaçar o então candidato a prefeito, Evandro Leitão (PT). 

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Cobrança por punição e limites legislativos 

Nos bastidores, parlamentares avaliam que o Conselho de Ética não teria competência para julgar atos praticados antes do atual mandato. Ainda assim, há pressão crescente para que o caso da fala de Alberto contra o PT tenha desdobramentos concretos. 

Aliados da legenda de esquerda têm cobrado do presidente Léo Couto uma resposta política e institucional ao caso, ainda que sem falar em cassação. A expectativa é por uma punição de efeito pedagógico, como advertência ou suspensão, que sirva para conter os ataques verbais frequentes do vereador do PL — que se notabilizou pelo estilo agressivo desde a campanha. 

O desfecho do caso será um teste para o funcionamento do colegiado e para a condução da presidência da Casa em um momento de alta polarização. O comportamento do Conselho de Ética a partir de agora pode abrir caminho para outras análises, especialmente se a retórica beligerante de parte dos parlamentares persistir nos debates públicos. 

Composição e clima político elevam tensão no Conselho 

O Conselho de Ética será composto por sete titulares e dois suplentes: 

  • Professor Enilson (Cidadania)
  • Dr. Luciano Girão (PDT)
  • Julierme Sena (PL)
  • Carla Ibiapina (DC)
  • René Pessoa (União Brasil)
  • Erich Douglas (PSD) - licenciado do cargo, ele deve ser substituído pelo partido
  • Ana Aracapé (Avante)
  • Aglaylson (PT) - suplente
  • Pedro Matos (Avante) - suplente

A formação plural do colegiado espelha o atual equilíbrio de forças na Câmara, mas também antecipa possíveis embates, especialmente diante da escalada de tensão entre parlamentares do PT e do PL. É nesse contexto que o caso de Inspetor Alberto se torna central.