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Cearense Wellington Macedo fica em silêncio durante oitiva na CPMI do 8 de janeiro; assista ao vivo

Jornalista foi condenado pela tentativa de explosão de uma bomba no Aeroporto de Brasília, na véspera do Natal do ano passado

Escrito por Redação ,
Wellington Macedo de Souza, em depoimento à CPMI de 8 de janeiro no dia 21 de setembro de 2021. Cearense escolheu permanecer em silêncio durante oitiva
Legenda: Comunicador está preso em Foz do Iguaçu, Paraná, após ser capturado no Paraguai
Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

O blogueiro cearense Wellington Macedo de Souza decidiu permanecer em silêncio, nesta quinta-feira (21), diante dos questionamentos realizados pelos parlamentares participantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, no Congresso Nacional. O jornalista foi condenado pela tentativa de explosão de uma bomba no Aeroporto Internacional de Brasília, no ano passado, na véspera de Natal.

O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou, nessa quarta-feira (20), que o criminoso poderia escolher não responder às perguntas dos deputados federais e dos senadores. Na ocasião, o ministro da Corte, Luís Roberto Barroso, acatou o habeas corpus preventivo protocolado pela defesa do comunicador. O magistrado ainda garantiu que Wellington Macedo pudesse ser acompanhado pelo advogado na oitiva.

Na fala inicial, o cearense informou que colaborará com as investigações assim que a defesa tiver acesso aos autos acusatórios. Ele disse não saber porque está pagando “um preço tão caro” e sendo humilhado. Até as 9h58, o blogueiro não respondeu aos questionamentos da relatora da Comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA). 

Acompanhe ao vivo

A convocação do jornalista para a CMPI foi apresentada pelos deputados Duarte Jr. (PSB-MA) e Duda Salabert (PDT-MG). Os parlamentares justificaram que o depoimento dele era de “incontestável relevância”, pelo fato de Wellington ter um “histórico de repetidas atuações em atos antidemocráticos, incluindo atos violentos”. 

Eliziane Gama também apresentou uma solicitação para ouvir Wellington Macedo "como testemunha, sob compromisso, do ato ocorrido em Brasília no último dia 24 de dezembro". 

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Prisão no Paraguai

Condenado a seis anos de prisão, no dia 18 de agosto de 2023, o cearense foi capturado na semana passada em Cidade do Leste, Paraguai. Ele estava foragido desde janeiro deste ano. Além da pena, inicialmente em regime fechado, foi estipulado que ele deve pagar uma multa de R$ 9,6 mil. O radialista Maxcione Pitangui de Abreu também foi preso na ocasião.

Após serem capturados, ambos foram entregues à Polícia Federal pela Ponte da Amizade, que conecta o Brasil ao país vizinho. Eles estão detidos em Foz do Iguaçu, Paraná. 

Entenda a condenação de Macedo

Segundo as investigações policiais, Macedo usou o próprio carro para, na véspera do Natal, levar Alan Diego dos Santos, que carregava a bomba, às proximidades do aeroporto de Brasília, e ajudar a colocar o artefato dentro de um caminhão com querosene. No entanto, devido a uma falha técnica na montagem, a explosão acabou não se concretizando.

Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o cearense foi condenado por expor a perigo de vida a integridade física de outros mediante explosão, arremesso ou colocação de engenho de dinamite, ou de substância de efeitos análogos.

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"O crime foi premeditado. O acusado conheceu pelo menos um dos co-autores em Brasília, no acampamento montado em frente ao QG do Exército. As emulsões explosivas vieram do Pará, a pedido de George [Washington], o qual, após a montagem, entregou o artefato explosivo para Alan [dos Santos], que, por sua vez, ligou para o acusado e se encarregaram de tarefa importante, a colocação do artefato no local escolhido", escreveu o juiz na sentença.

Quem é Wellington Macedo?

Macedo foi candidato a deputado federal pelo PTB nas eleições gerais do ano passado. Ele é apoiador do ex-presidente Bolsonaro e chegou a integrar o quadro de comissionados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, dissolvido no início deste ano, mas que era comandado pela então ministra Damares Alves.

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