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Caso Marielle: deputados pedem condenação dos mandantes em sessão na Câmara sobre 6 anos do crime

Apesar do avanço das investigações, parlamentares e convidados pediram por justiça

Escrito por Redação ,
sessão na câmara lembra 6 anos de assassinato de Marielle Franco
Legenda: A homenagem contou com a participação de deputados e convidados
Foto: Divulgação/Mario Agra/Câmara dos Deputados

Os seis anos do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes foram lembrados em uma sessão solene realizada nesta terça-feira (26) na Câmara dos Deputados.

A homenagem contou com a participação de parlamentares e convidados, que reiteraram a importância de seguir firme nas investigações para garantir a condenação dos responsáveis pelo crime, ocorrido na noite de 14 de março de 2018 no Rio de Janeiro.

Apesar do avanço das investigações, com a prisão dos suspeitos de envolvimento nas mortes, os deputados e participantes pediram por justiça. "Eu espero muito mais, eu espero uma justiça forte", disse Agatha Amaus, viúva de Anderson que colaborou de modo virtual no evento. "É preciso fazer justiça, e que ela seja completa", completou a deputada Benedita da Silva (PT-RJ).

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A deputada Gleisi Hoffmann pediu a "investigação da investigação" para apurar por que foram necessários seis anos para a prisão dos mandantes do crime.

Já a deputada Talíria Petrone (Psol-RJ), que pediu a homenagem, fez uma reflexão sobre a relação entre o Estado brasileiro e o crime organizado, como milícias e facções. “Não há milícia sem Estado. Portanto, é papel do Estado brasileiro enfrentar as milícias”, disse. Para ela, a investigação só avançou no governo Lula, a partir da entrada da PF no caso.

Integraram ainda a homenagem outros deputados, como a líder do Psol, Erika Hilton (Psol-SP); Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Tarcísio Motta (Psol-RJ), Luiza Erundina (Psol-SP), Maria do Rosário (PT-RS), Lídice da Mata (PSB-BA), Reimont (PT-RJ), Dandara (PT-MG), Sâmia Bomfim (Psol-SP), Professora Luciene Cavalcante (Psol-SP) e Reginete Bispo (PT-RS), que falou em nome da liderança do governo.

QUEM SÃO OS MANDANTES DO CRIME

Os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, apontados como mandantes dos assassinatos, possuem longa experiência em mandatos eletivos pelo Rio de Janeiro. Domingos é conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro atualmente, mas já exerceu cargo como deputado estadual e como vereador na capital carioca.

Já Chiquinho está no segundo mandato como deputado federal, mas já passou pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e chegou a ser colega de Marielle Franco na Câmara de Vereadores. Ambos tem como reduto eleitoral a Zona Oeste do Rio, região dominada pela milícia.

Suspeito de atrapalhar as investigações, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, foi empossado neste cargo um dia antes da morte de Marielle pelo então interventor federal no Rio, Walter Braga Netto — que viria a ser ministro do Governo Jair Bolsonaro (PL).

Rivaldo Barbosa conheceu os familiares da vereadora Marielle Franco, incluindo os pais dela. Ele chegou a abraçá-los e prometer que resolveria o crime. "Estamos diante de um caso extremamente grave e que atenta contra a dignidade da pessoa humana e contra a democracia", disse em março de 2018.

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