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Após reunião sobre crise na Venezuela, Lula admite tensão com governo do país

Quebra de acordos de Nicolás Maduro teria sido motivo principal para admissão da ruptura

Escrito por Redação ,
De terno e gravata, Lula e Maduro andam lado a lado enquanto apontam para a mesma direção
Legenda: Ainda nesta semana, Lula havia afirmado que não romperia com Venezuela
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Apesar das tentativas do governo brasileiro de mediar a crise política na Venezuela, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu que a tensão entre os dois países têm aumentado. A avaliação foi feita após uma reunião de emergência realizada no Palácio do Planalto neste domingo (08), segundo o colunista do UOL, Jamil Chade.

Segundo a apuração de Chade, Lula ainda tinha esperanças de que o Brasil poderia mediar um diálogo entre o regime de Nicolás Maduro e a oposição. Na noite deste sábado (07), porém, foi confirmado que o opositor de Maduro nas últimas eleições, Edmundo González, havia chegado à Espanha após fugir da justiça venezuelana, que havia determinado sua prisão.

Outro fator que consolidou a ruptura entre o Brasil e a Venezuela foi o cerco contra a embaixada argentina, que estava temporariamente sob o comando do Brasil, após Maduro expulsar os diplomatas argentinos da Venezuela. O acordo ocorreu porque, na embaixada, estavam seis opositores venezuelanos.

Desde a última sexta-feira (06), porém, o governo Maduro suspendeu o acordo unilateralmente e cercou a embaixada, atitude que teria deixado Lula em "choque"

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Outra exigência do governo brasileiro foi ignorada por Maduro: a de que o presidente venezuelano deveria descartar a possibilidade de prender ou exilar González, com o intuito de chegar a um acordo sobre o processo de transição de forma democrática.

Além das quebras de acordo entre o governo Maduro e o governo brasileiro, um fator que dificulta a manutenção da diplomacia entre os países é a ausência de alguns dos principais interlocutores da política externa brasileira neste momentp: o assessor especial Celso Amorim está em Moscou e o chanceler Mauro Vieira encontra-se em viagem para Omã e Arábia Saudita.

Ainda nesta semana, na sexta-feira (6), Lula admitiu que o comportamento de Maduro "deixa a desejar", mas descartou romper relações com a Venezuela. Segundo ele, o bloqueio não prejudicaria Maduro, e sim o povo venezuelano.

Na ocasião, Lula ressaltou que não irá reconhecer a vitória de Nicolás Maduro nas eleições venezuelanas de julho até que as atas com o resultado do pleito fossem divulgadas e confirmadas.

O discurso marcou mudança nas declarações de Lula diante das críticas que recebeu ao afirmar que não havia observado anormalidades na eleição, marcada por suspeitas de fraudes e diversos protestos da população.

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