O Psol pediu a inclusão do deputado federal eleito André Fernandes (PL) no inquérito dos atos antidemocráticos no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo nota do partido, a inclusão seria por Fernandes e outros parlamentares "estimularem o golpismo e o terrorismo nas redes sociais".
Pelo Twitter, o líder do Governo Lula na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT) afirmou que pretende denunciar os mesmos parlamentares ao Conselho de Ética da Casa e "cassar o mandato deles".
André Fernandes fez divulgação, nas redes sociais, dos atos que resultaram em terrorismo em Brasília no último domingo (8). Vândalos invadiram o Palácio do Planalto e as sedes do Congresso Nacional e do STF e depredaram os prédios públicos. O prejuízo projetado, até o momento, ultrapassa os R$ 8 milhões.
Além disso, ele também publicou a foto de uma porta do Supremo quebrada, com uma placa indicando o nome de Alexandre de Moraes, ministro da Corte e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Fernandes escreveu: "Quem rir vai preso". O deputado federal eleito apagou a mensagem e mudou a identificação no Twitter.
O Diário do Nordeste entrou em contato com a assessoria do deputado André Fernandes, que informa que o deputado ainda não foi informado a respeito de "nenhuma ação, denúncia ou notícia crime".
Não me surpreendo com mais essa tentativa do Psol ou de qualquer outro partido de esquerda em querer me calar ou manietar. Já deixei claro minha total ausência de ligação com os atos ocorridos em Brasília. Permaneço firme e com vontade de defender os interesses dos cearenses que me fizeram o Deputado Federal mais votado do Ceará.
Publicação nas redes sociais
A publicação de Fernandes relacionada aos atos em Brasília foi feita na última sexta-feira (6), dois dias antes da invasão. Nela, ele mobiliza a ida de aliados para "ato contra o governo Lula" e afirma que também estará na Praça dos Três Poderes. No entanto, o parlamentar acabou não indo à Brasília.
Logo após a repercussão dos atos terroristas, André Fernandes repudiou a ação por meio das redes sociais. "Apesar de sempre defender a livre manifestação do povo, não compactuo com depredação de patrimônio público", disse por meio do Twitter ainda no domingo.
Em nota ao Diário do Nordeste, Fernandes não respondeu o porquê de ter publicado a imagem da porta depredada mesmo após a invasão e os atos de vandalismo.
Ele disse apenas que foi surpreendido pelos atos terroristas. "Não fazia a menor ideia do que algumas daquelas pessoas estavam planejando", disse.
Também nas redes sociais, Fernandes defendeu a necessidade de que deputados que estão exercendo mandato formem comissão externa para "ir acompanhar in loco o que está acontecendo no estádio da PF onde tem quase 2 mil pessoas detidas".
Em outra publicação, ele cita a informação de que uma "senhora detida" teria morrido, o que já foi negado pela Polícia Federal ainda na noite desta segunda-feira (9). A informação incorreta, no entanto, continua nas redes sociais do deputado.
Inclusão no inquérito
Além de André Fernandes, o Psol pediu a inclusão de outros nove parlamentares federais no inquérito dos atos antidemocráticos no Supremo.
Entre eles está o deputado e ex-líder do Governo Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR) e o senador Magno Malta (PL-ES).
Veja a lista completa:
- André Fernandes (PL/CE)
- Ricardo Barros (PP/PR)
- Magno Malta (PL/ES)
- Carlos Jordy (PL/RJ)
- Silvia Waiãpi (PL/AP)
- Clarissa e Júnior Tércio (PP/PE)
- Sargento Rodrigues (PL/MG)
- José Medeiros (PL/MT)
- Coronel Tadeu (PL/SP)
- Ana Compagnolo (PL/SC)