Horas após ser destituído da presidência do PDT Ceará, o senador Cid Gomes criticou diretamente os dois maiores dirigentes nacionais do partido, o presidente interino, André Figueiredo, e o presidente licenciado, Carlos Lupi.
O senador cearense disse que não há mais diálogo possível entre ele, Figueiredo, que também é deputado federal pelo Ceará, e Lupi, ministro da Previdência Social do Governo Lula (PT).
"Para mim, agora não há mais diálogo com a direção nacional. Se o Lupi me ligar agora, eu não atendo, porque eu não o respeito mais. Se o André me ligar, eu não atendo, porque não o respeito mais. Eles não são democratas, eles não têm a menor noção do que é democracia", disparou Cid na tarde desta quinta-feira (9), no Centro de Eventos do Ceará, após participar da 26ª Conferência da União Nacional de Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale).
Cid disse ainda que sente na responsabilidade de representar um grupo que atualmente é majoritário dentro da sigla no Ceará, mas que, segundo ele, está tendo as decisões usurpadas “por força, por autoritarismo e por uma reincidência de iniciativas que a justiça tem derrubado".
Em outro trecho da entrevista, o parlamentar criticou “ações arbitrárias feitas na calada da noite”.
“Isso é do tempo da ditadura, sem transparência, sem obedecer aos ritos legais, e o palco para julgamento dessas questões é a Justiça. Então, qualquer medida autoritária que aconteça nós recorreremos à Justiça”, concluiu.
O Diário do Nordeste procurou o ministro Carlos Lupi e o deputado André Figueiredo. O ministro preferiu não comentar as declarações do senador.
Já Figueiredo lamentou as acusações de Cid.
"Eu só posso lamentar. E só digo que, mesmo com posições bem divergentes, o que faz parte da verdadeira democracia, eu continuo respeitando ele".