O ministro da Educação, Camilo Santana (PT), revelou que há expectativa de criar um programa de bolsas para alunos do Ensino Médio brasileiro como forma de evitar a evasão escolar. Espera-se, disse o ministro, que um projeto de lei esteja pronto para ser enviado ao Congresso Nacional no mês de setembro.
A demanda surgiu durante a consulta a estudantes sobre o novo Ensino Médio, realizada no primeiro semestre deste ano. Segundo Camilo, além das questões curriculares, os alunos citaram "a necessidade de apoio para a permanência no Ensino Médio".
O anúncio foi feito durante entrevista de Camilo Santana ao Bom Dia Ceará, da TV Verdes Mares, nesta segunda-feira (28).
Ainda sem um nome definido, o ministro explicou que a bolsa deve funcionar como uma ajuda mensal para os estudantes, mas também como uma poupança a qual eles teriam acesso ao concluir o Ensino Médio.
"Queremos ainda [para este ano]. É uma espécie de bolsa-poupança. A ideia é que tenha uma parte que o aluno receba mensalmente, uma parte que ele receba ao final, na conclusão do Ensino Médio, que é exatamente para ter um recurso se quiser começar uma atividade, um negócio para ele ou deixar de recurso para ir para a universidade e precisar desse recurso".
Segundo Camilo, o programa ainda está sendo elaborado. "Estamos definindo critérios, o público que vai participar. Tudo isso vai depender muito da questão orçamentária hoje no MEC, que nós estamos brigando todos os dias para ter mais recursos para a Educação", detalhou.
Ensino de tempo integral
O ministrou citou ainda que, também para o Ensino Médio, deve haver um grande estímulo para que estados implementem cursos profissionalizantes e técnicos. Segundo Camilo, 80% dos estudantes ouvidos "querem o ensino profissionalizante".
"Essa é uma demanda forte, que estamos também construindo uma política para estimular o ensino técnico no Brasil", garantiu.
A consulta sobre o novo Ensino Médico, acrescentou o ministro, também revelou demandas sobre "a formação dos professores, (...) a preocupação com a infraestrutura das escolas, a melhoria da infraestrutura". "Infelizmente, no Brasil, ainda temos escolas sem banheiro, sem energia, escolas precárias ainda dentro da rede básica de ensino".