Saiba o que é Arla 32, solução que Ceará é líder de produção no Norte e Nordeste

O produto é utilizado principalmente por veículos pesados movidos a diesel para reduzir o impacto dos poluentes

Escrito por Redação ,
Legenda: Localizada em Itaitinga e com filiais no Piauí e Maranhão, a Ipê Química é líder de mercado no Norte e Nordeste desde 2015
Foto: Divulgação

A indústria cearense é dominada por atividades já consideradas tradicionais no Estado, como a de confecção e calçados, a de construção, a metalmecânica, entre outras. Mas o Ceará também é destaque em produtos que estão fora dos holofotes.

Um deles é o Arla 32, uma substância que atua para reduzir os impactos ambientais causados pela emissão de gases poluentes liberados na combustão em veículos que utilizam diesel.

No Ceará, a solução é produzida pelo Grupo Ipê Química desde 2013, ano em que todos os veículos pesados a diesel passaram a ter obrigatoriamente esse sistema de diminuição dos poluentes.

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João Paulo Studart, sócio-diretor da Ipê Química, explica que o Arla é uma solução formada por água e ureia do tipo automotivo. Após a queima do combustível, a fumaça gerada recebe um banho químico com a solução, que inertiza os resíduos gerados, como os óxidos de nitrogênio (NOX).

O Arla 32 não é misturado ao diesel e fica em um tanque separadamente.

O sistema de Redução Catalítica Seletiva (SCR), que utiliza o Arla 32, tem sido o sistema mais eficiente e economicamente viável para cumprir a norma criada pelo Programa de Controle de Emissões Veicular (Proconve), célula do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

A ureia atua dentro do catalisador dos veículos que possuem SCR, diminuindo a emissão dos poluentes e os efeitos que causam doenças respiratórias e a deterioração da camada de ozônio.

A Ipê Química, empresa do grupo que fabrica o Arla 32, está localizada no município de Itaitinga e assumiu a liderança de produção e distribuição do item em 2015, especialmente após o fechamento de contratos com companhias nacionais de petróleo e combustíveis.

"Nós somos a maior indústria de Arla 32 do Norte e Nordeste e respondemos por 8% da demanda nacional. Além de todo o volume necessário ao mercado cearense, também atendemos Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Maranhão, Pará e Tocantins", afirma Studart.

Legenda: Empresa cearense é responsável por 8% da demanda nacional de Arla 32
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Competitividade

O executivo lembra que assim que o grupo entrou no ramo outras companhias do Sul e Sudeste do País já atendiam o mercado da Região. No entanto, a proximidade dos clientes e a consequente redução de custos logísticos garantiu a competitividade que colocou a Ipê Química como líder nas regiões em que atua.

Diante do sucesso da estratégia, o grupo abriu outras duas plantas industriais em Picos (PI) e em Imperatriz (MA).

"Identificando essa necessidade de se aproximar dos clientes consumidores, abrimos essas duas plantas com o objetivo de reduzir os custos logísticos, por estar mais próximos do mercado, e ampliar nossa competitividade", ressalta Studart.

Além das grandes companhias multinacionais que terceirizam o fornecimento de Arla 32, também demandam o produto às transportadoras, empresas de ônibus, concessionárias, construtoras, indústrias, postos de combustíveis, entre outros.

Ao todo, a Ipê Química gera 140 empregos diretos e mais de 250 indiretos.

Perspectivas de crescimento

A obrigatoriedade desse sistema também se estendeu aos veículos de passeio, como caminhonetes e SUVs, que utilizam o diesel como combustível fabricados a partir do fim de 2021.

A ampliação da regra, aliada a renovação da frota de veículos pesados, que ocorre a cerca de cada dez anos no Brasil, deve triplicar a demanda do produto nos próximos cinco anos, conforme o diretor.

Diante dessa projeção, a empresa já planeja ampliações para atender o novo volume, tanto na área de armazenagem de suprimentos, quando na operação logística, com incremento de frota.

Apesar do otimismo, o conflito entre Rússia e Ucrânia prejudica a cadeia de fornecimento de matéria-prima para o setor. Conforme o empresário, a ureia utilizada vinha principalmente desses dois países.

"A Rússia é um dos principais fornecedores para o Brasil. Quando você tem um estrangulamento de um parceiro, há elevação de preços, sem falar que a ureia possui uma dependência da produção de gás natural, que é uma commoditie", pontua.

Apesar da instabilidade, a empresa conseguiu garantir o fornecimento necessário com uma companhia nacional, embora com custos maiores acarretando elevação de preços aos clientes e corrosão da margem de lucros.

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