Projeto de geração eólica adicionará 150 MW de capacidade ao CE
Após fusão com fundo internacional, empresa cearense Servtec começará execução do plano de investimentos no Estado. Projetos serão apresentados no próximo leilão de energia da Aneel, previsto para setembro
A holding Darby Servtec Energia, que recentemente anunciou investimentos de R$ 2 bilhões em projetos de geração de energia renovável no Brasil, deverá adicionar 150 MW em potência instalada no Ceará. Os projetos deverão ser apresentados no próximo leilão de energia promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), previsto para 20 de setembro.
Segundo Lauro Fiúza, diretor financeiro e sócio da Servtec, além desses projetos, o grupo está negociando a aquisição de um parque eólico de uma empresa espanhola no Estado. O valor, no entanto, não foi revelado. A primeira aquisição concretizada da holding envolve a usina eólica Bons Ventos da Serra I, com 23 MW de capacidade e localizada no interior do Ceará.
"O fundo criado pela Darby Servtec Energy tem o propósito de comprar parques existentes e desenvolver novos na área de energias renováveis: solar, eólica, biomassa e pequenas hidrelétricas. Agora, estamos negociando no Brasil inteiro e, preferencialmente, no Nordeste, onde estão 90% de todos esses projetos", diz Fiúza.
A holding, que já opera 150 MW no Ceará, é composta pela cearense Servtec e pela Darby, sucursal brasileira do maior fundo mundial de investimento em infraestrutura, o Franklin Templeton. Cada uma conta com 50% de participação no fundo.
Investimentos
Dos R$ 2 bilhões em investimentos previstos, a holding pretende focar em projetos nas áreas eólica, solar e hídrica, por meio de pequenas centrais hidrelétricas (PCH). Os recursos deverão ser aplicados tanto na construção de novas usinas como na aquisição de plantas já em operação. Ao todo, o consórcio contempla mais de 700 MW de capacidade instalada.
Embora os fundos de 'private equity' se caracterizem por comprar, reestruturar e, depois de um determinado prazo, vender os ativos para remunerar seus cotistas, Lauro Fiúza diz que a Darby Servtec Energy não tem esse objetivo imediato. "É um investimento com boa rentabilidade e não necessariamente o fundo vai vender. O importante é rentabilizar os acionistas da melhor forma possível", disse.
Além da Servtec, o fundo conta com investidores dos Estados Unidos, Austrália e Europa. "O fundo já comprou 100% de um projeto que a Servtec desenvolveu aqui no Ceará, já estamos adquirindo o segundo, também desenvolvido pela Servtec, sendo os dois de eólica", diz Fiúza. "Temos parques solares distribuídos entre Mato Grosso e Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo. E parques eólicos na Bahia. Então, estamos pulverizados".
Apenas a Servtec analisa projetos no setor de energia que somam mais de 250 MW em potência instalada, cujo investimento supera a marca de R$ 900 milhões. A parceria mira ainda investimentos na geração solar distribuída.