Prévia do PIB de outubro sobe 1,34% no Ceará; 6ª alta seguida

Resultado do Estado superou a média da Região Nordeste, que teve variação de 0,40% no mesmo período

Escrito por Redação ,
Legenda: Investimentos, principalmente no Cipp, têm trazido bons indicadores para o Estado
Foto: FOTO: José Leomar

Fortaleza/Brasília/São Paulo. A economia do Estado cresceu pelo sexto mês consecutivo em outubro, segundo dados do Índice de Atividade Econômica Regional do Ceará (IBCR-CE), divulgado ontem (18) pelo Banco Central. O indicador, considerado prévia do Produto Interno Bruto (PIB), teve avanço de 1,34% em outubro frente a igual mês do ano passado (dados sem ajustes) e superou a média do Nordeste (IBCR-NE) de 0,40%.

Para o economista e consultor internacional Alcântara Macedo, o Ceará mostra um desempenho que se sobressai na região por conta dos investimentos que tem recebido.

"O Ceará montou uma célula produtiva no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) que ainda continua em processo de investimento. A Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP)ainda não funciona em plena capacidade e a Siderúrgica Latino-Americana (Silat) só tem 25% de sua produção implantada", afirma ele.

Outros comparativos

De setembro para outubro, a atividade econômica do Estado teve leve retração (-0,25%), segundo dados dessazonalizados, isto é, ajustados com base em vários fatores, típicos de determinadas épocas do ano. Na média do Nordeste, a queda foi ainda maior (-0,66%). Os números do Estado também estão negativos na passagem do trimestre encerrado em julho para o terminado em outubro (-0,63%), também na série com ajustes. Na Região, houve variação de 0,51%.

Na série observada (sem ajustes), o Estado apresenta oscilações de -0,18% no acumulado dos 10 primeiros meses deste ano e de -0,68% nos últimos 12 meses encerrados em outubro. No Nordeste, as variações registradas foram -0,08% e -0,54%, respectivamente.

O PIB do Ceará deve avançar pelo menos 1,5% neste ano frente a 2016, segundo o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica (Ipece). Em 2018, o desempenho deve ser ainda melhor, segundo Alcântara Macedo. "Se o Brasil crescer 3%, o Ceará irá crescer um pouco mais que isso", prevê o economista.

Brasil

Após subir 0,27% em setembro, a economia brasileira registrou nova alta em outubro de 2017. O Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) avançou 0,29% em outubro ante setembro, na série com ajuste sazonal. Na comparação entre os meses de outubro de 2017 e outubro de 2016, houve alta de 2,92% na série sem ajustes sazonais.

O IBC-Br acumulou alta de 0,75% em 2017 até outubro. O porcentual diz respeito à série sem ajustes sazonais. Pela mesma série, o IBC-Br apresenta alta de 0,21% nos 12 meses encerrados em outubro. A previsão oficial do BC para a atividade doméstica em 2017 é de avanço de 0,7%, sendo que este número foi informado em setembro. Já a projeção do Ministério da Fazenda, atualizada na semana passada, é de 1,1%. No Relatório de Mercado Focus publicado nesta segunda-feira, a mediana das estimativas do mercado para o Produto Interno Bruto (PIB) este ano está em 0,96%.

O IBC-Br registrou alta de 0,31% no acumulado do trimestre encerrado em outubro de 2017, na comparação com o trimestre anterior (maio a julho), pela série ajustada. Na comparação do trimestre até outubro deste ano com o trimestre até outubro do ano passado, o índice subiu 1,72% (série observada).

Previsão para 2018

A atividade econômica no País deverá fechar o ano de 2018 com expansão de 2,8%, estima a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Já o ritmo na Indústria da Transformação deverá ser um pouco mais acelerado do que o PIB e chegar à marca de 3,1% de expansão, enquanto os investimentos devem crescer 3,2%.

"As previsões para 2018 são respaldadas por resultados positivos em diversos aspectos da economia, que vem de três trimestres seguidos de crescimento do PIB, incluindo expansão de 0,1% no terceiro trimestre, em relação ao anterior", afirma a Fiesp. "É um sinal de recuperação consistente, sustentada pelo consumo. Também houve no terceiro trimestre crescimento no consumo das famílias, além de volta da expansão dos investimentos, depois de longo período de quedas sucessivas".

A Fiesp ainda espera uma melhora do mercado de trabalho, com "queda da taxa de desemprego e elevação da massa salarial". Para o último trimestre de 2017, a entidade projeta expansão de 0,5% em comparação ao trimestre anterior. Com isso, o PIB deste ano deve ter alta de 1,1%, conforme as projeções da Fiesp, enquanto a Indústria da Transformação poderá marcar crescimento de 1,2%.

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