Porto de Fortaleza quase dobra capacidade de exportação de frutas com novas rotas

Londres e Roterdã estão entre os destinos; aumento de capacidade tem relação com nova área de arrendamento

Escrito por Paloma Vargas , paloma.vargas@svm.com.br
Local está com quatro novas rotas de escoamento de produção de frutas
Legenda: Melhorias no Porto do Mucuripe preveem maior capacidade de escoamento da produção
Foto: Igor Machado/CDC

O Porto de Fortaleza, conhecido também como Porto do Mucuripe, está com quatro novas rotas de exportação de frutas nesta safra de 2023/2024 (que vai de setembro a fevereiro). São elas: Londres, Roterdã, Le Havre (França) e Vigo (Espanha).

Recentemente, o equipamento também abriu no novo gate, chamado de corredor da fruta, ou seja, um portão exclusivo para embarque de frutas, que melhora o tráfego no entorno e atende às medidas de segurança e critérios de alfandegamento.

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O porto é reconhecido por escoar a safra principalmente de melão, da região limítrofe entre os estados do Ceará e Rio Grande do Norte, compreendendo as cidades de Icapuí e Mossoró e arredores.

Segundo Rinaldo Lira, coordenador de Gestão de Negócios da Companhia Docas do Ceará, autoridade portuária que administra o Porto de Fortaleza, a administração tem feito um grande esforço para captar investimentos e um exemplo disto é uma área de arrendamento voltada com exclusividade para a exportação da fruta.

“É importante salientar que o porto tem um histórico de escoamento de exportação das frutas para a Europa há mais de duas décadas, mas o que estamos fazendo agora é olhando para o futuro e trabalhando na nossa consolidação neste mercado.”

Ele destaca que só com as ações pontuais feitas neste ano o volume da carga exportada quase dobrou no ano passado em comparação com 2022.

“Até pouco tempo atrás a nossa média de exportação de fruta em TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) era de 50 mil. Com o novo arrendamento dedicado ao terminal de contêineres de frutas, só esse ano (2023) já vamos movimentar algo próximo a 90 mil TEUs.”

Lira também aponta que um plano de ação está sendo construído a médio prazo, para possibilitar um aumento ainda maior de carga exportada pelo local. 

“Estamos estruturando um novo arrendamento para o terminal de frutas que está em fase de estudos no nosso poder concedente, que é o Ministério de Portos e Aeroportos. Com isso, estamos falando de uma perspectiva de, em até 25 anos, atingir 300 mil TEU/ano em contêiner refrigerado que é o especializado para o transporte de frutas.”

Melhorias de logística

Por estar dentro da área urbana de Fortaleza, o coordenador de Gestão de Negócios da Companhia Docas revela que melhorias na infraestrutura de logística terrestre também estão sendo estudadas e projetadas.

Para um futuro próximo, ele cita a questão de pré-agendamento de caminhões e a construção de um pátio de caminhões e novos acessos (gates) “para evitar, realmente, o engarrafamento de um maior fluxo de caminhões dentro da cidade de Fortaleza”. 

“O porto vem se estruturando, principalmente levando em consideração o fato de que somos um porto-cidade encravado dentro da malha urbana da região metropolitana de Fortaleza. Assim, precisamos prover eficiência para esse fluxo não impactar a região, por isso os estudos de novas ações.”

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