Pandemia: faturamento de franquias no Ceará cai 3% no 1º trimestre

Segmento movimentou R$ 793 milhões nos três primeiros meses de 2020 no Estado, R$ 23 milhões a menos que no 1º trimestre do ano passado. Por outro lado, número de unidades franqueadas no Ceará cresceu 9% no período

Escrito por Redação , negocios@svm.com.br
Legenda: Especialista afirma que é importante escolher um segmento no qual o empresário se identifique.
Foto: FOTO: FABIANE DE PAULA

O impacto da crise desencadeada pela pandemia do novo coronavírus afetou os resultados do faturamento de franquias no Estado no primeiro trimestre. As empresas do segmento faturaram juntas R$ 793 milhões, 3% a menos que em igual período do ano passado (R$ 816 milhões). A queda foi maior que a média da região Nordeste, que avançou 2%, e do País, que ficou estável no período.

Os dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF) ainda revelam que, nos primeiros três meses do ano, a quantidade de redes de franquias apresentou uma expansão de 8% no trimestre, de 439 a 475. Já em número de unidades franqueadas, a expansão foi de 9%, de 2.141 a 2.337 estabelecimentos no Estado.

No Nordeste, o faturamento alcançou R$ 5,704 bilhões, semelhante ao resultado observado no primeiro trimestre de 2019, de R$ 5,596 bilhões. A quantidade de redes chegou a 955, encerrando o período com crescimento de 7%, enquanto o número de unidades chegou a 16.641 (+9%).

Na avaliação do consultor empresarial especialista em franquias Heitor Viana, para quem ainda não está no modelo franquia, aderir pode ser uma boa estratégia para se destacar no momento de retomada. "Em 2009, vivemos algo parecido. O mundo tentava se recuperar da crise econômica de 2008 e veio a pandemia do H1N1. Esse conjunto de fatores fez com que o PIB brasileiro fechasse o ano com perda de 0,3%. Já o setor de franquias, segundo a Associação Brasileira de Franchising, cresceu, aproximadamente, 14,5% naquele ano", diz.

Ele também acredita que o fato de o setor de franquias contar com uma regulamentação própria e recém atualizada proporciona uma segurança maior quando comparada aos negócios independentes.

Brasil

No País, os efeitos do coronavírus no mês de março levaram o resultado do trimestre a apresentar números semelhantes aos do primeiro trimestre de 2019. O faturamento ficou estável (+0,2%), chegando a R$ 41,537 bilhões. O saldo de abertura e fechamento de lojas ficou positivo, porém um pouco abaixo do saldo registrado em igual período do ano passado (1% no primeiro trimestre de 2020 contra 2,5% no primeiro trimestre de 2019).

Ainda de acordo com a ABF, no País, metade das redes sofreram impacto superior a 25% no faturamento em decorrência do isolamento social. Apenas 7,9% avaliaram que o faturamento ficou estável. Quase um quarto das empresas, porém, percebeu crescimento no faturamento.

Estratégias

Com o isolamento, as empresas tiveram que adotar estratégias para reduzir os efeitos sobre o faturamento. Conforme a associação, a transição para serviços digitais e delivery, bem como orientações sobre a Covid-19 estão entre as principais ações implementadas no franchising.

Na avaliação do presidente da ABF, André Friedheim, as políticas de isolamento social, principalmente o fechamento dos shoppings, "provocaram uma diminuição sensível na demanda do consumidor".

"A queda só não foi maior porque essas ações foram implementadas no fim do trimestre, sem contar que muitos estados ainda não tinham aderido firmemente à quarentena", pontua.

Para Friedheim, os dados refletem uma redução do ritmo de expansão, maior aversão a risco e o fechamento de algumas unidades em decorrência da pandemia. "Notamos também que algumas empresas deixaram o sistema ou suspenderam planos de expansão por meio do franchising, o que acabou se refletindo nestes números. Vamos acompanhar de perto estes dados nos próximos meses. Por isso, a importância dos programas governamentais de estímulo, especialmente as linhas de crédito destinadas aos pequenos e médios empresários", destaca o presidente da ABF.

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