Maia: 'Não dá para votar Reforma'
Brasília. O anúncio das novas metas fiscais para 2017 e 2018 não significa que houve um consenso entre as alas econômica e política do governo Temer e parlamentares da base aliada. As negociações dos últimos dias com representantes das três esferas têm sido tensas, tanto em relação ao tamanho do rombo quanto na questão da Reforma Previdenciária.
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Ontem (15), em café da manhã na residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), líderes da base aliada avisaram ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o que têm repetido no Congresso: não será possível votar a Reforma agora. "Eu disse a ele que não há ambiente político para votar agora. Temos de criar um impacto político, que não sei qual é, com discurso que consiga convencer nossas bancadas", afirmou o líder do PSD na Casa, Marcos Montes (MG), um dos 11 deputados presentes.
A Reforma é uma importante peça no desenho fiscal do governo, à medida que permitirá redução de gastos com o pagamento de aposentadorias e pensões, item no topo da lista de gastos do governo. Com as mudanças feitas na comissão especial, a Reforma, que está pronta para ser votada no plenário da Câmara vai levar a uma economia de R$ 630 bilhões em dez anos, ante os R$ 800 bilhões previstos na versão original do governo.
Maia minimizou o clima desfavorável. À tarde, após reunião de líderes na Câmara, ele foi questionado sobre a real probabilidade da data de votação. "Hoje não tem voto, mas em algumas semanas acho que a gente consegue", argumentou. Os temas que devem ser tratados como prioridade no Congresso serão o novo Refis, a nova Taxa de Longo Prazo e a reoneração da folha de pagamento.