Lubnor deve ganhar eficiência ao passar para a iniciativa privada
A empresa que comprar a refinaria no Ceará, provavelmente, terá mais capacidade para realizar investimentos que impulsionem a produção da unidade, conforme avalia o consultor na área de petróleo e gás, Bruno Iughetti
Um conjunto de vantagens aguarda a Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), posta à venda pela Petrobras na última sexta-feira (13). A unidade de refino, instalada em Fortaleza, deverá ganhar novos investimentos e evoluir nos níveis de produtividade quando começar a ser gerida pela iniciativa privada. É o que acredita Bruno Iughetti, consultor na área de petróleo e gás. Ele ainda acredita que a negociação da planta no Ceará poderá dar mais flexibilidade no potencial de investimentos da Estatal.
Confirmando a previsão de que a Lubnor seria vendida, como havia sido previsto pelo anúncio do plano de desenvolvimentos da empresa, a Petrobras anunciou estar pronta para negociar a Lubnor e mais três outras plantas de refino. Além da unidade no Ceará, a estatal anunciou a venda da Regap, em Minas Gerais; Reman, no Amazonas; e a unidade de processamento de xisto no Paraná, a SIX.
Para Iughetti, a medida deverá trazer novos investimentos para a Lubnor, uma vez que a Petrobras, pela situação econômica em que se encontra, não teria mais condições de fazer grandes aportes de investimento para recuperar ou aprimorar o nível da produção na unidade.
"Em termos práticos, não vai causar nada diferente do que temos hoje, apenas que a Petrobras deverá vender a participação, mas a área e a produção da Lubnor devem continuar no mesmo patamar. Apesar disso, devem haver melhorias de produtividade e administração já que a empresa deverá concentrar investimentos no negócio fim, que é a Lubnor, então poderemos ter ganhos", disse Iughetti.
Prioridades
Além disso, a venda da Lubnor e das outras refinarias, segundo o consultor, dará a possibilidade de a Petrobras concentrar investimentos nos negócios prioritários, como a exploração de petróleo em grandes profundidades (pré-sal).
"O que vai haver é uma concorrência muito positiva em termos de mercado, até porque, hoje, pela movimentação da Lubnor, a refinaria ainda é atrativa para a Petrobras, então a empresa que comprar terá como consequência uma maior eficiência e mais dinheiro para investir. O ponto focal da Petrobras é a exploração em áreas profundas e a venda pode liberar recursos para investimentos focados", disse.
Preços
Bruno Iughetti ainda comentou que a nova operação à frente da Lubnor poderá reduzir os preços dos derivados de petróleo processados pela planta de refino local. A evolução deverá vir, contudo, pelo avanço tecnológico que deve será impulsionado pelos investimentos da nova gestão, o que deverá gerar ganhos em produtividade.
"A diminuição de preços é consequência por que a refinaria continuaria produzindo os óleos básicos e o asfalto, e dentro das análises, mas nós teremos um impacto positivo pela eficiência do processo e pela capacidade de investir", avaliou Iughetti.