Inflação de Fortaleza sobe 0,29% e lidera ranking do País

Escrito por Redação ,
Variações das tarifas de água e de esgoto, bem como elevação nos preços de combustíveis teriam puxado alta

Fortaleza é capital com maior inflação registrada no mês de julho. Os dados são do Índices de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), cuja coleta dos preços aconteceu entre os dias 15 de junho e 15 deste mês. A variação de 0,29% da Capital cearense voltou a ser acima da nacional, que fechou o período com alta de apenas 0,07%.

De acordo com o estudo, a alta inflação em Fortaleza se deu em razão, principalmente, das variações das tarifas de água e de esgoto (5,20%), em face ao reajuste de 7,95% em vigor desde o dia 24 de junho, além da elevação nos preços da gasolina (2,19%) e do etanol (0,28%).

No acumulado dos últimos 12 meses, a Capital também aparece liderando o ranking, com variação de 8,60%, seguida de Belém (7,98%) e Recife (7,79%). Já no acumulado deste ano, Fortaleza está na segunda posição (4,38%), com inflação menor apenas que a de Recife (4,83%).

Nos principais grupos de produtos e serviços pesquisados, Fortaleza sofreu, em julho, variação negativa em alimentação e bebidas (-0,41%) e despesas pessoais (-7,07%). As altas foram registradas na habitação (1,03%), artigos de residência (0,96%), vestuário (0,06%), transportes (0,52%), saúde e cuidados pessoais (0,06%), educação (0,21%) e também em comunicação (0,22%).

Alimentação

Em meio aos itens que apresentaram maiores quedas no grupo de alimentos destacam-se cenoura (-21,81%), batata inglesa (-20,01%), tomate (-13,89%) e cebola (-12,03%). Já os produtos que tiveram as maiores altas são: peixe serra (6,11%), goiaba (4,94%), lagarto comum (3,75), fígado (3,43%) e banana prata (3,41%).

Reviravolta

Diferente do atual mês, conforme o IPCA-15 imediatamente anterior - entre 15 de maio e 13 de junho -, Fortaleza havia registrado, pela primeira vez desde julho do ano passado, uma inflação inferior à média nacional. Na época, a Capital apresentava alta de apenas 0,08% em meio à variação de 0,38% do País.

Impacto no consumo

Para o economista Alex Araújo, a inflação em Fortaleza acaba criando uma situação desconfortável para o consumidor, que acaba intimidado na hora de comprar. "Por conta do excesso de endividamento, o consumidor vai diminuindo o consumo. É preciso que o Governo do Estado tome alguma medida para que ajude a recompor o poder de compra. A nossa economia está muito baseada no setor terciário, que é exatamente o comércio prejudicado com as elevações", opina.

Brasil desacelera

Com variação de 0,07% no mês de julho, a inflação do País ficou bem abaixo do IPCA-15 registrado no mês anterior, cuja taxa foi de 0,38%. Já o acumulado do ano resultou em 3,52%, ficando acima do índice de 2,91%, relativo ao igual período de 2012. No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação foi para 6,40%, número abaixo dos 6,67% registrados nos 12 meses anteriores.

O estudo observou que houve desaceleração na maioria dos grupos de produtos e serviços pesquisados. Apenas dois deles apresentaram crescimento significativo no período de junho para julho: habitação (de 0,57% em junho para 0,60% em julho) e despesas pessoais (de 0,37% em junho para 1,08% em julho).

Os grupos alimentação e bebidas (de 0,27% em junho para -0,18% em julho) e transportes (de 0,10% para -0,55%) foram os principais responsáveis pelo forte recuo do IPCA-15 de um mês para o outro.

Para o economista cearense, a tendência para o índice nacional é continuar com a inflação em queda. Já quando o foco é o Ceará, de acordo com ele, ainda não é possível avaliar como será o cenário no futuro. "Temos uma cesta muito específica de produção local, que foi muito afetada pela seca", finaliza.

ANA BEATRIZ SUGETTE
REPÓRTER
























Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.