Em agosto, renegociações de dívidas atrasadas caem 7,86%

Número de consumidores que buscam "limpar" o nome registrou 11 quedas no último ano. No acumulado do período, baixa é de 5,70%

Escrito por Redação ,

De acordo com o registro do banco de dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), o número de dívidas regularizadas recuou 7,86% em agosto de 2015, frente ao mesmo mês do ano passado. 

Trata-se da sétima queda consecutiva e do 11º recuo observado nos últimos 12 meses.  Em relação a julho deste ano, sem ajuste sazonal, o volume de quitações de dívidas também apresentou resultado negativo e caiu 2,41%. A comparação mensal mostrou piora em relação ao que foi registrado em julho. Naquele mês, frente a junho, a queda mensal havia sido de  0,40%. O dado é do Indicador Mensal de Recuperação de Crédito do SPC Brasil.

Dificuldades

Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, os dados refletem as dificuldades das famílias diante do cenário de recessão e recrudescimento da inflação. "Com a renda e o emprego em queda e as taxas de juros em alta, o consumidor vê a sua capacidade de pagamento se deteriorar, o que torna ainda mais difícil quitar ou renegociar as dívidas em atraso", explica Marcela.

Segundo a economista, a diminuição constante do número de consumidores que têm pagado suas dívidas atrasadas é um sinal de que a recuperação de crédito - que tradicionalmente cresce nos últimos meses do ano para que o consumidor se veja livre de dívidas para as compras de Natal e contas de início de ano - deve encontrar um ambiente menos propício nos próximos meses e apresentar resultados menos expressivos do que os de 2014.

Exemplo desse cenário, é que no acumulado dos oito primeiros meses do ano, o número de consumidores que regularizaram suas pendências está 5,70% menor do que o apresentado no mesmo período do ano passado - a queda total acumulada em 2014 estava em 1,06% em agosto.

"Com tantas incertezas para o futuro da economia brasileira, este é o momento que sugere ao consumidor o cuidado redobrado em guardar dinheiro para imprevistos e organizar seu orçamento, evitando contratação de novas dívidas e até mesmo ficar inadimplente", afirma Marcela.

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