Com expectativa de queda na taxa chinesa, ações de frigoríficos brasileiros disparam

O viés positivo é fruto da alta no preço da carne e da expectativa de redução ou isenção de impostos chineses de importação

Escrito por Folhapress ,
Legenda: O setor vive uma expressiva alta nos preços com a gripe suína na China e aumento das importações chinesas e russas
Foto: Foto: Divulgação

O setor de frigorífico teve forte valorização na Bolsa de Valores nesta segunda-feira (25), com alta de mais de 9% das ações da JBS, enquanto o Ibovespa caiu 0,25%.

O viés positivo é fruto da alta no preço da carne e da expectativa de redução ou isenção de impostos chineses de importação. Em evento com investidores nesta segunda-feira, executivos do frigorífico Minerva comentaram que o governo brasileiro negocia uma eventual redução ou eliminação da taxa de 24% que a China impõe a carnes da América do Sul.

"Na China, as estatais estão sendo isentas destes impostos de importação. Isto dá a oportunidade única para América do Sul ser mais competitiva. Nova Zelândia e Austrália têm imposto zero. Seremos mais competitivos neste momento já que eles estão preocupados com inflação alimentar", disse o fundador e presidente da Minerva, Fernando de Queiroz.

O diretor de Relações Institucionais da empresa, João Sampaio, comentou que a revisão nas tarifas chinesas é uma pauta do governo de Jair Bolsonaro.

"Marcos Troyjo [secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia] já está tratando deste tema. Já foi pauta do Brasil e já foi pauta do Mercosul. Recentemente, com a visita de Jair Bolsonaro à China, o ministro Ernesto Araújo [ministro das Relações Exteriores] já teve uma conversa neste sentido. Então acho que pode avançar".

As declarações animaram investidores e as ações da Minerva saltaram 9,6%, a R$ 6,35. A JBS disparou 9,61%, a R$ 27,84. A Marfrig subiu 5,33%, a R$ 11,26 e a BRF, 5,93%, a R$ 36,11.

Em 2019, a JBS é a terceira empresa que mais se valoriza no Ibovespa, com alta acumulada de 140%, atrás de BTG e Qualicorp. A Marfrig vem logo atrás, com a quarta maior alta no ano, de 106%.

Exportações
O setor vive uma expressiva alta nos preços com a gripe suína na China e aumento das importações chinesas e russas. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações brasileiras de carne suína rendem 31% mais por tonelada neste ano do que em igual período de 2018. Com a demanda, 25 novos estabelecimentos para exportações de carnes ao mercado chinês foram aprovados em setembro.

Na sexta-feira (22), o preço da arroba do boi gordo no estado de São Paulo atingiu R$ 228,80, novo recorde histórico, após registrar alta de 0,62% nesta sexta-feira, segundo o indicador Esalq/B3. 

Com o momento favorável ao setor, a Minerva também anunciou no evento desta segunda que planeja realizar a oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) de sua subsidiária Athena Foods em abril de 2020, apesar das turbulências políticas na Argentina, onde a divisão obtém cerca de 30% de suas vendas líquidas.

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