Um terço dos hospitais com leitos para tratamento da Covid-19 zeram internações no Ceará; veja lista
16 dentre 46 unidades não registraram nenhuma internação em UTIs ou enfermarias no início da tarde desta quinta
A melhora nos índices da pandemia de Covid-19, impulsionada pela ampliação da cobertura vacinal, já se reflete dentro dos hospitais do Ceará. Às 14h25 desta quinta-feira (9), 16 hospitais, incluindo os da rede pública e privada, zeraram o número de internações em leitos de enfermaria e de UTI por Covid.
O número corresponde a pouco mais de um terço dos 46 hospitais listados pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) na plataforma IntegraSUS, no horário acima citado.
Os dados, bem como o total de unidades listadas pela Sesa, estão sujeitos a alterações, tendo em vista que são atualizados permanentemente, mediante as informações repassadas pelas próprias unidades de saúde.
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Mesmo dispondo de 22 leitos ativos para tratamento da doença infectocontagiosa, sendo 19 enfermarias adultos e 3 enfermarias gestantes, o Hospital Regional Dr.Pontes Neto, no município de Quixeramobim, não somou sequer uma internação.
O mesmo foi visto no Hospital Geral Luíza Alcântara Silva, em São Gonçalo do Amarante, que tem disponíveis 8 leitos de UTI e outros 6 de enfermaria, ambos para pacientes adultos.
Além dos hospitais, foi registrada a ausência de pacientes em 18 dentre as 22 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do Estado mencionadas no IntegraSUS.
As UPAs de Iguatu, Caucaia, Quixeramobim, além das unidades da Praia do Futuro, Messejana, Vila Velha e Cristo Redentor, todas estas em Fortaleza, estão entre as 18 que não tiveram internações.
Marco na pandemia
Nessa quarta-feira (8), o presidente do Hospital Unimed Fortaleza, Elias Leite, anunciou que a unidade estava sem pacientes internados com Covid-19.
Segundo ele, ontem foi a primeira vez que tal marca foi atingida, desde o início da pandemia. Hoje, no entanto, a unidade de saúde já contabilizou a ocupação em um leito de UTI adulto.
No Ceará, como um todo, a taxa de ocupação em UTIs Covid chegou aos 40,32%, no início da tarde desta quinta. Já a taxa de ocupação em enfermarias, conforme o IntegraSUS, era menor (20,46%).
30 hospitais ainda têm leitos ocupados
Embora 34 instituições de saúde - englobando hospitais e UPAs - não registrem internações pela Covid no Ceará, o percentual de leitos ocupados no Estado ainda é significativo.
A Sesa reuniu na plataforma IntegraSUS dados de ocupação de 46 hospitais espalhados em todo o Estado. Destes, 16 zeraram as internaçoes, mas os outros 30, quantidade equivalente a 65,21% do total, têm pacientes ocupando leitos.
A maior demanda foi verificada no Hospital Estadual Leonardo Da Vinci (HELV), em Fortaleza. Dos 26 leitos ativos de UTI adulto, 17 estão ocupados. Já dentre os 25 leitos de enfermaria adulto ativos, 10 estão com pacientes.
Requisitado à iniciativa privada pelo Governo do Ceará no início da pandemia, o HELV tornou-se referência no tratamento da Covid-19. Logo, mesmo com o arrefecimento da pandemia, a instituição continua a receber pacientes regulados das unidades básicas de saúde do Estado.
No interior, a situação mais preocupante foi vista no Hospital Regional do Cariri (HRC), onde 13 dos 15 leitos de UTI adulto estão ocupados. Porém, nenhum dos 20 leitos ativos de enfermaria estão com pacientes.
Quanto às UPAS, das 22 unidades listadas pela Sesa, apenas quatro estão com pacientes. As de São Gonçalo do Amarante, Jangurussu e Bom Jardim estão, cada uma, com um único paciente; e a do Conjunto Ceará, dois.
'Não zerou o risco'
Na opinião da médica infectologista e professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), Mônica Façanha, ter leitos disponíveis nos hospitais e UPAs do Estado é, indiscutivelmente, motivo de "alívio".
Por outro lado, pondera, isso não significa que todos devem se sentir relaxados e "se liberar" dos cuidados que envolvem uma pandemia, ainda em curso e atingindo regiões de forma heterogênea.
Não saber ainda, por exemplo, de que forma a variante Delta do coronavírus se dissemina é um fator de "preocupação", endossa a infectologista.
Alguns estudos mostraram que a Delta, depois de ser introduzida em um território novo, levou em torno de 60 dias para alcançar o pico. Então, pra nós isso seria [possível de ocorrer] mais ou menos no final de setembro, outubro"
A variante Delta foi identificada pela primeira vez no Ceará no dia 29 de julho, em quatro viajantes oriundos do Rio de Janeiro. Na atualização mais recente, o Governo do Estado já contava 96 casos.
A primeira morte de paciente infectado com a nova cepa no Ceará aconteceu em 31 de agosto. O homem de 45 anos estava internado desde o dia 6 do mesmo mês, tinha obesidade e não estava vacinado contra a doença.
"Isso [Delta] é uma preocupação e uma observação que precisa ser feita, uma observação ativa do ponto de vista de aumentar o ritmo de vacinação, dentro do que for possível, e manter o uso da máscara e o distanciamento", diz, recomendando ainda "não considerar essa boa notícia como uma notícia definitiva de que está tudo bem. Ainda não zerou o risco".
Veja quais hospitais zeraram internações por Covid nesta quinta:
- Casa de Saúde Adilia Maria - Boa Viagem
- Casa de Saúde Maternidade Celestina Colares - Tabuleiro do Norte
- Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA) - Fortaleza
- Hospital Geral Luíza Alcântara Silva - São Gonçalo do Amarante
- Hospital Deputado Murilo Aguiar - Camocim
- Hospital e Centro de Parto Normal de Pindoretama
- Hospital e Maternidade Padre José Bezerra Filho - Choró
- Hospital Municipal José Facundo Filho - Jucás
- Hospital Municipal Manuel Tavares Rosendo - Porteiras
- Hospital Municipal Maria Idalina Rodrigues de Medeiros - Icapuí
- Hospital Regional Dr. Pontes Neto - Quixeramobim
- Hospital São Carlos - Fortaleza
- Hospital Regional Unimed de Sobral
- Hosp. Maternidade Dr. Luis De Gonzaga Da Fonseca Mota - Maracanaú
- Hospital e Maternidade Dr. Paulo Sarasate - Caucaia
- Unidade Mista Josefa Maria Da Conceicao - Itaiçaba.