Hospital Leonardo da Vinci passa a integrar a rede pública do Ceará

Decreto para aquisição da unidade, que já vem sendo utilizada para cirurgias eletivas, foi assinado ontem pelo governador Camilo Santana; no mesmo dia, a Capital apresentou a maior taxa de ocupação em UTIs, desde junho

Escrito por Redação ,
Legenda: Aquisição da unidade hospitalar fundamental durante a pandemia foi feita ontem (27)
Foto: FOTO: CAMILA LIMA

Antes requerido pelo Governo do Estado para atender pacientes com Covid-19, o Hospital Leonardo Da Vinci, que era da iniciativa privada, integrará a rede pública de saúde do Ceará. Segundo anúncio do governador Camilo Santana, o decreto para aquisição da unidade foi assinado ontem.

"Estamos transformando hospital privado em hospital público do SUS", comemorou o gestor. Desde o dia em que começou a acolher exclusivamente infectados pelo novo coronavírus, em 23 de março, mais de 1.900 pacientes passaram pelo Hospital Leonardo da Vinci, cuja estrutura física chegou a ter 230 leitos, sendo 150 de UTI.

Localizada no bairro Aldeota, a unidade particular foi reativada para atuar na retaguarda dos atendimentos de Covid-19, sobretudo aos casos de média e alta complexidade, e tornou-se referência nos tratamentos dos infectados pelo SARS-CoV-2.

Com a desaceleração da pandemia, o hospital passou a realizar cirurgias eletivas de ortopedia, otorrinolaringologia, urologia e geral. Conforme Camilo Santana, 680 procedimentos foram desenvolvidos na unidade. "Esse hospital está sendo usado para reduzir e a meta é zerar a fila de cirurgias eletivas em Fortaleza e no Estado do Ceará", pontuou ontem, em transmissão nas redes sociais.

Os atendimentos para pacientes diagnosticados com a Covid-19 continuaram, mas em menor escala. Atualmente, a unidade tem 30 leitos ativos e 32 de enfermaria, mas a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) ressalta que há capacidade para ampliar esse número para 150.

Internações

No mesmo dia da aquisição do Leonardo Da Vinci, porém, a taxa de ocupação em leitos de UTI na Capital chegou a 78,57%, o maior índice desde o mês de junho, de acordo com a atualização feita às 17h02 na plataforma IntegraSUS, mantida pela Secretaria da Saúde.

Pelo menos sete hospitais estão com todos os leitos ocupados na Capital. "Nesse mesmo tempo de melhora e estabilização epidemiológica observada desde junho, os leitos que estavam exclusivos para Covid-19 foram sendo liberados para outras causas", pontua o infectologista Keny Colares.

É o que informou a Sesa, por nota. Segundo a Pasta, o aumento na taxa de internação nas unidades, por ora, tem se dado principalmente na rede privada. "Na rede pública, a flutuação das taxas de internações nos leitos Covid-19 se dá pela redução do número de leitos voltados especificamente para o atendimento desses pacientes". Mas a Sesa reforça que caso seja necessário, "esse número pode ser aumentado de acordo com a demanda".

Contudo, Keny Colares cita que este é um momento de atenção. "Não é motivo para pânico ou exagero, mas é um sinal de que, percebendo o avanço do vírus nos outros países, a gente precisa redobrar os cuidados de prevenção, para as pessoas não descuidarem do isolamento social".

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