Como está o cenário da Covid-19 em Fortaleza e no interior do Ceará

Redução constante de casos, óbitos e internações reflete na flexibilização das atividades econômicas

Escrito por Theyse Viana , theyse.viana@svm.com.br
Aglomeração Centro de Fortaleza
Legenda: Casos e óbitos estão em queda, mas acumulado é muito alto e cuidados devem ser mantidos
Foto: José Leomar

O número de pessoas com Covid-19 buscando unidades de saúde, de internações, de casos e de mortes pela doença no Ceará são os principais indicadores para flexibilização das atividades econômicas – e todos eles estão em queda, nas últimas semanas.

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O pico da segunda onda da pandemia no Estado ocorreu ao mesmo tempo na Capital e no interior, entre março e abril, meses com ocupação de leitos e número de óbitos mais altos do ano. Desde maio, porém, a incidência da doença tem reduzido. Veja os indicadores.

Busca por assistência médica

A quantidade de pacientes com suspeita ou confirmação de Covid que buscam atendimento médico em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) também é um indicador importante para estimar a disseminação da doença no Estado.

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O pico de pacientes atendidos em um só dia nas UPAs do Ceará ocorreu em 16 de março deste ano, com 633 casos suspeitos ou confirmados da infecção por coronavírus; e se manteve alto até 20 de abril, com 434 pessoas assistidas.

Em maio, porém, o quantitativo começou a reduzir. Já em junho, o número mais alto foi contabilizado no dia 1º, com 85 pacientes. Na última sexta-feira (25), foram 15 atendimentos. Os números, contudo, estão em constante atualização.

Cidades do Ceará com mais casos de Covid-19

Cidades do Ceará com mais mortes por Covid-19

Região do Cariri

Uma área de saúde do Ceará que manteve altos índices de disseminação da Covid-19 por mais tempo que as demais foi a macrorregião do Cariri. A flexibilização das atividades lá só foi igualada às demais localidades na última sexta-feira (25).

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O número de novos casos confirmados está em queda há seis semanas seguidas, de acordo com dados do Integra SUS, mas a positividade dos exames segue alta: a cada 10 testes, 6 dão resultado positivo para a Covid.

A quantidade de leitos de UTI e de enfermaria ocupados oscila. Até 14h desta segunda-feira (28), 141 pacientes estavam internados em leitos de alta complexidade públicos e privados, e mais 117 em vagas comuns. Na segunda quinzena de maio, esses números quase dobravam.

“Não podemos relaxar nos cuidados”

Ao anunciar liberação de mais atividades econômicas no Estado, o governador Camilo Santana reforçou a melhora nos indicadores da Covid-19 nas regiões cearenses, mas alertou para a necessidade de serem mantidas todas as medidas de prevenção.

Os decretos e a fiscalização são importantes, mas é fundamental que cada um faça sua parte. É preciso continuar respeitando as regras sanitárias, evitar aglomerações e sempre usar a máscara.
Camilo Santana
Governador do Ceará

No novo decreto, válido desta segunda-feira (28) até 10 de junho, foi liberado o funcionamento das feiras livres e o retorno das aulas presenciais no ensino superior em todo o Ceará. Todas as regiões seguirão as mesmas determinações.

“Tendência é de meses mais tranquilos”

O infectologista Keny Colares reforça que “desde maio, vemos uma queda lenta, mas progressiva, de casos e de óbitos” por Covid-19 no Ceará, o que também é refletido pela diminuição do número de exames positivos para a doença.

Buscamos níveis de incidência da doença menores do que esses, não estamos no cenário ideal. Mas já são boas notícias.
Keny Colares
Infectologista

A tendência, então, segundo o médico, “é termos um segundo semestre mais tranquilo, a não ser que surja uma nova variante que traga uma nova onda”, como tem ocorrido em outros países com a cepa indiana.

“A grande questão é: quando chegarmos em dezembro e janeiro teremos alguma onda, menor que seja? Ou a vacina vai barrar isso?”, questiona, alertando para a necessidade de manutenção das medidas sanitárias.

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