Como proteger cães e gatos dos fogos de artifício no fim do ano

Queima de fogos causa irritabilidade, agitação e medo em cães e gatos. No entanto, há estratégias para evitar o surgimento desses sintomas

Escrito por Felipe Mesquita , felipe.mesquita@svm.com.br
cães durante fogos de artifício
Legenda: Pets têm audição mais sensível
Foto: Shutterstock

As boas-vindas ao ano novo com shows pirotécnicos nas tradicionais festas de Réveillon deixam o céu multicolorido, mas para os animais de estimação, que possuem maior sensibilidade auditiva, os fogos de artifício são um verdadeiro vilão. O som intenso provocado pela queima dos artefatos explosivos pode deixar cães e gatos estressados e desencadear neles crises de ansiedade, vômitos e até diarreia.

Segundo a médica veterinária Roseane Sales*, nos "casos mais severos", em que raças de cães menores, como pug, shih tzu e bulldog, têm contato com o barulho dos rojões, há o surgimento de outros sintomas agudos.

"Ao ficarem estressados, podem aumentar a sua temperatura. E a falta de ar e a dificuldade respiratória podem aumentar as chances deles terem um edema pulmonar por acúmulo de líquido", explica.

como acalmar os pets nas festas de final de ano
Legenda: Barulho dos artefatos pode deixar cães assustados
Foto: Shutterstock

Como os fogos afetam os pets?

A alta sensibilidade auditiva dos animais faz com que o som seja percebido com mais intensidade. E o estresse causado por isso afeta o corpo dos animais, levando a crises de ansiedade que podem resultar em reações como tremores, vômito, língua de fora. Alguns ficam escondidos e apresentam medo do tutor, outros reagem latindo.

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O que fazer para driblar os efeitos dos fogos de artifício?

É possível desenvolver estratégias na própria rotina dos bichinhos que os ajudam a lidar com o barulho dos fogos de artifício e evitam o aparecimento de sintomas.

O principal recurso é acostumá-los a diferentes sons. Antes dos fogos, por exemplo, o tutor pode aumentar o volume da TV e colocar vídeos com o som de rojões para eles ficarem habituados.

Outra dica é chamar a atenção e distraí-los durante a soltura dos fogos. Fechar janelas e portas para aumentar o isolamento acústico também é uma estratégia capaz de evitar os sustos dos pets.

O uso de protetores auriculares ou algodão é recomendado somente em último caso.

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Legenda: Animal deve se sentir acolhido pelo tutor nos momentos de inquietação pelos fogos
Foto: Shutterstock

Como lidar com o estresse do animal na hora da queima de fogos?

Caso os pets tenham reações, mesmo com a adoção dos cuidados por parte do tutor, Roseane Sales orienta que as portas de casa devem estar fechadas para impedir fugas. 

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"Quando o animal está estressado e com medo, a tendência dele é fugir e se esconder em lugares pequenos, como embaixo de móveis, atrás de geladeiras etc. Por isso, não deixar a porta aberta nestes momentos é muito importante para que o pet não fuja. Estar em um lugar mais aberto e sem muitas coisas também vai evitar que ele se machuque", recomenda.

Ainda durante a queima de fogos, o animal precisa se sentir protegido pelo tutor. "Mesmo com ele estressado, faça carinho. Se possível, pegue-o no braço e o abrace. Estes atos são muito importantes para o animal".

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Legenda: Fogos são vilões dos animais de estimação
Foto: Shutterstock

Como proteger animais com doenças cardíacas?

Os pets diagnosticados com doenças cardíacas precisam ainda de mais atenção, já que correm o risco de ter o sistema simpático alterado pelo estresse e medo e desenvolver quadros clínicos agravados. 

"O animal cardíaco pode ter taquicardia que pode evoluir para uma arritmia. Por conta da taquicardia ele também pode desmaiar, tossir", alerta Roseane, indicando que nestes casos o pet deve ser levado a uma clínica veterinária 24h para cuidado medicamentoso. 

*Roseane Sales (CRMV 1491) é formada em Medicina Veterinária pela Universidade Estadual do Ceará (Uece) e possui pós-graduação em dermatologia, endocrinologia e alergologia. Atende na clínica Mundo Pet.

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