Rottweiler: entenda tudo sobre a raça
Com a ajuda de um médico veterinário, esclarecemos as principais características sobre este cão
De aparência forte e séria, a raça de cães Rottweiler está entre as mais populares no Brasil e no Mundo. Mas apesar de impor medo com sua cara de durão, o tipo costuma ser leal, amável e bastante obediente.
Veja também
As características físicas e comportamentais fazem dele um cachorro indicado como cão de companhia, proteção, resgate e até para utilidades.
Para entender as peculiaridades da raça, o Diário do Nordeste conversou com o médico veterinário Samuel Bovy e montou uma lista especial com as principais dúvidas.
ORIGEM DA RAÇA
O Rottweiler está entre as raças mais antigas do mundo. Segundo Samuel Bovy, descende de cães da raça Molossus, muito utilizados pelos romanos e gregos como cães de trabalho, guarda e em guerras.
"Quando os romanos chegaram ao sul da Germania, fundando a cidade de Arae Flaviae - a qual mais tarde passou a ser denominada cidade de Rottweil, trouxeram consigo os cães Molossus. Estes cruzaram com cães locais, originando a raça Cão do Açougueiro de Rottweil, que significa Rottweiler em alemão".
Características da raça
Os rottweilers são cães robustos, com porte que varia de médio para grande. Quando adultos, os machos podem chegar à 60 kg, com 70 cm de altura do solo à cernelha. Já as fêmeas possuem peso médio de até 50 kg, com 65 cm de altura.
QUANTOS ANOS VIVEM?
Em geral, quanto maior o porte do cão, menos expectativa de vida ele tem, segundo explica Bovy. "Assim, a raça Rottweiler tem uma expectativa de vida em torno de 10 anos, sendo já considerada senil a partir dos 8 anos de idade", diz.
É um bom cão de guarda?
Ainda conforme o médico veterinário, os rottweilers são cães muito inteligentes, dedicados à família, de temperamento forte e territorialistas, características essas que os tornam excelentes cães de guarda.
É um cão perigoso?
Infelizmente, o porte físico associado ao instinto protetor ainda gera temor e preconceito entre os que não convivem com a raça. Mas tudo depende da criação do animal.
Bovy explica que, para um bom convívio, é importante que o cão seja socializado e adestrado desde cedo, a partir dos 60 dias de vida, evitando acidentes e melhorando assim sua qualidade de vida.
"Feito isso, e pelas suas características de guarda, se dá muito bem com toda a família, inclusive crianças", destaca Samuel Bovy.
COMO CRIAR
ALIMENTAÇÃO
O veterinário afirma que cada fase da vida de um cão deve ser respeitada. No caso de um rottweiler, o período de maior crescimento é até 1 ano de idade, o que requer rações adequadas e próprias a essa fase da vida.
No entanto, ele explica que a raça só atinge a maturidade após três anos de vida. Dessa forma, exercícios físicos devem estar associados a uma boa nutrição, mantendo assim a saúde do cão.
Conforme destaca, a alimentação deve ter "níveis proteicos adequados, para ganho muscular, fibras, vitaminas e carboidratos para suporte energético", primordiais para uma saúde robusta e uma vida saudável.
PELOS
A característica de pelagem da raça Rottweiler é predominantemente preta, de tamanho curto, com áreas de cor ferrugem no focinho, sobre os olhos, no pescoço e nas patas.
Embora de manutenção mais fácil, requer cuidados com uma escovação diária, destaca o veterinário. "Utilizando uma escova macia, ajuda a retirar os pelos mortos, diminuindo a queda e mantendo vivos, brilhosos e sedosos. Isso é ainda mais importante nos períodos de primavera (de setembro a novembro) e outono (de março a junho), aqui no hemisfério sul, pois é a época da mudança de pelos."
DENTES
Conforme o veterinário, a saúde bucal de qualquer cão deve passar por três fatores: qualidade da alimentação, higienização rotineira e acompanhamento especializado.
Ele explica que alimentos de baixa qualidade, seja ração ou alimentação natural, podem influenciar de forma positiva ou negativa para a formação do biofilme dental.
"Caso não haja uma higienização de rotina, com o uso de escovas macias e pastas dentais adequadas, isso pode evoluir para a formação da placa bacteriana, chamada de tártaro dentário. Daí, rapidamente pode evoluir para doença periodontal, levando a uma série de problemas. Um profissional qualificado e de confiança, pode ficar acompanhando a saúde bucal do seu pet, evitando todos esses transtornos", destaca.
VACINAS
Sobre a imunização do animal, Samuel Bovy esclarece que as vacinas devem ser iniciadas a partir dos 2 meses de vida, protocolo inicial necessário para qualquer tipo de cão.
Após o primeiro ano de vida, acrescenta ele, o cão deve ser anualmente revacinado, de modo a reforçar o sistema imune, principalmente para doenças como raiva, cinomose, parvovirose e leishmaniose.
VERMÍFUGOS
Em relação à vermifugação, esta depende do ambiente que o animal vive, mas, em geral, prescreve-se o procedimento a cada 3 meses, segundo o especialista.
"Aqui no Ceará, o controle de ectoparasitas, como pulgas e carrapatos, deve ser realizado a cada 4 ou 5 meses, utilizando coleiras repelentes e medicações orais para este objetivo", diz.
Dr.Samuel Bovy é médico veterinário graduado pela Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Estadual do Ceará (UECE), especializado em Homeopatia Veterinária pela Associação Paulista de Homeopatia (APH) e com formação técnica em Neurologia.