Conheça Silveira, o cão 'dono da UFSM' que viralizou nas redes pela irreverência e carisma
Com mais de 41 mil seguidores, cachorro brincalhão conquistou alunos e internautas

Quem passou pela rede social X (antigo Twitter) recentemente pode ter se deparado com fotos de um cão de grande porte, com a boca aberta, geralmente deitado, exalando simpatia. Esse é Silveira, um cachorro que vive há mais de 10 anos no campus da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, e, agora, conquistou a Internet.
Conhecido e amado pelos alunos, o animal atende por muitos nomes: Silveira, Silveirinha, Podrão e até mesmo "Pró-Reitor de Assuntos Caninos" (PRAC-UFSM). Ele também tem perfil próprio no Instagram, onde acumula mais de 41 mil seguidores.
Mas tanta popularidade repentina surgiu, na verdade, a partir de comentário crítico. Na semana passada, uma usuária do X comentou sobre ter visto o animal na universidade. "Vi o Silveira (cachorro gordo da UFSM) pela primeira vez e fiquei apavorada com o tamanho daquele animal. Meu Deus, que cachorro feio", escreveu.
A postagem não foi bem recebida, e diversos usuários se mobilizaram para defender a celebridade canina, inclusive, ela mesma. "Imagina estar falando mal de mim no Twitter enquanto eu tô vivendo minha melhor versão tostando em algum gramado", comentou Silveira, no Instagram.
"Dono da UFSM"
A partir da primeira postagem, pessoas que frequentam a UFSM passaram a publicar vídeos e fotos de Silveira em momentos marcantes para a universidade. Um dos registros mais famosos é a participação do cachorro em uma manifestação estudantil.
Já outras publicações apenas ressaltam a tranquilidade e irreverência do cão, que parece não poupar nenhuma guloseima ou a soneca da tarde.
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Problemas de saúde e a busca por um lar
Apesar de ter energia o suficiente para "comandar" a UFSM, Silveira já não tem o mesmo vigor de antes. Ele sofre de artrose, tem as patas machucadas e já foi atropelado. Segundo relatos dos estudantes, ele também tem medo de carros e não gosta de "pessoas de branco", ou seja, vestidas de jaleco.
Essas informações foram repassadas pela Fabiana Stecca, em entrevista ao Diário do Nordeste. Ela é professora e coordenadora do Projeto Zelos, que, desde 2014, promove a adoção de animais abandonados pelo campus da instituição. "Nós não temos um fundo específico, vivemos de doações", explica.
Com apoio de mais de 10 bolsistas e voluntários, o projeto promove campanhas de adoção e busca parcerias com empresas para estabelecer uma rotina de doações e apoio para castrações. O grupo também faz o tratamento médico de alguns animais. Porém, a arrecadação de recursos ainda é difícil.
"Nós temos uma situação muito ruim no município, pois é muito grande a quantidade de animais abandonados. O Silveira é fruto disso e, junto dele, existem outros 80 animais que vivem na UFSM", elabora. "Tentamos cuidar de todos, mas o custo é alto".
Silveira ainda não encontrou o lar, mas a esperança não está perdida. Apesar da idade, Fabiana acredita que o velho canino ainda possui muito amor para distribuir. "Ele é um bonachão, acabou virando o mascote da Universidade, mas ainda precisa de atenção e cuidados", completa.
"As pessoas precisam ter consciência que nenhum animal perambula ao ar livre porque quer, e sim por causa de uma consequência da sociedade. O nosso interesse é que o Silveira possa se 'auposentar' e arranjar um cantinho seguro para ele", finaliza.
Curiosidades sobre o Silveira
Para corroborar com a popularidade do canino, a própria UFSM divulgou uma lista de curiosidades sobre Silveira. Confira:
- Ele prefere conviver com pessoas, e até se envolveu em brigas com outros animais;
- Silveira tem uma cama ao lado do Restaurante Universitário;
- O lugar favorito dele é o sofá da Biblioteca Central. Mas se alguém se senta no móvel, ele pode ficar irritado e desconfiado;
- Ele late bastante para carros brancos. O motivo é desconhecido.
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*Estagiário sob supervisão da jornalista Mariana Lazari