Panleucopenia felina: sintomas, tratamento e prevenção da doença que pode afetar seu gato
O Diário do Nordeste detalha a doença e os cuidados para proteger seu pet especialmente em períodos chuvosos, quando o risco da transmissão aumenta

Os gatos conquistaram o coração de milhões de tutores com sua independência e charme. No entanto, mesmo os felinos mais caseiros não estão totalmente protegidos de certas doenças altamente contagiosas. Entre elas, a panleucopenia felina preocupa veterinários e donos de pets em Fortaleza, especialmente em períodos chuvosos, quando o risco de transmissão aumenta.
Silenciosa e agressiva, a enfermidade pode atingir gatos de qualquer idade, causando sintomas graves como febre, diarreia intensa e vômito. Mas afinal, o que é a panleucopenia felina? Como ela se espalha e quais são as formas de prevenção? Sobre o assunto, o Diário do Nordeste conversou com o médico veterinário Lucas Castelo Branco**, que explica tudo sobre a doença e os cuidados essenciais para proteger seu pet.
O QUE É A PANLEUCOPENIA FELINA?
A panleucopenia felina é uma doença viral infectocontagiosa, que atinge principalmente a população de gatos domésticos, de todas as idades, não se restringindo a gatos jovens ou idosos.
O médico veterinário Lucas Castelo Branco esclarece que a doença é altamente contagiosa, sendo causada pelo contato com fezes, urina e sangue de animais infectados. Além da transmissão direta entre gatos, o vírus pode permanecer em objetos contaminados, como vasilhas e roupas, e ser carregado pelos próprios tutores em sapatos e vestimentas, levando a infecção para dentro de casa. Sua resistência no ambiente é elevada, o que aumenta ainda mais o risco de contágio.
Além disso, pode ocorrer a transmissão cruzada, quando pulgas podem picar um gato infectado e depois outro saudável, tornando essencial o controle desses parasitas.
O especialista destaca que vírus da panleucopenia felina não afeta humanos nem cães, atingindo exclusivamente os felinos.
QUAIS OS SINTOMAS DA DOENÇA?
Os principais sintomas da panleucopenia felina incluem febre, diarreia, vômito e falta de apetite. Por apresentar sinais clínicos semelhantes a outras doenças gastrointestinais e renais, seu diagnóstico pode ser desafiador.
“Os sintomas podem ser confundidos com várias doenças, como uma gastroenterite bacteriana ou até mesmo uma doença renal, já que muitas enfermidades podem causar diarreia”, explica o veterinário.
Para confirmar a infecção, são necessários exames laboratoriais, que detectam a queda de glóbulos brancos — um quadro conhecido como leucopenia. “Todo gatinho que chega ao hospital com vômito já nos leva a suspeitar de panleucopenia, e o diagnóstico é fechado a partir dos exames”, complementa.
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QUAL O TRATAMENTO PARA OS FELINOS ACOMETIDOS?
Não há um medicamento específico para eliminar o vírus da panleucopenia felina, por isso, o tratamento é voltado para o fortalecimento do sistema imunológico e o controle dos sintomas.
Nos estágios iniciais, o gato precisa de atendimento hospitalar, já que a desidratação é uma complicação comum. “O tratamento deve ser feito, principalmente, no hospital veterinário, porque, geralmente, o gatinho chega muito desidratado e sem querer se alimentar. No hospital, iniciamos os cuidados intensivos, como a fluidoterapia e exames de sangue, que nos indicam qual tipo de soro deve ser utilizado”, explica o veterinário.
Além da reidratação, são administradas dietas hipercalóricas e medicações para aumentar a imunidade e controlar os sintomas. Com a estabilização do quadro, o tratamento pode ser continuado em casa.
O veterinário reforça que o atendimento rápido faz toda a diferença. “Os tutores que suspeitarem que seu animalzinho tenha panleucopenia devem levá-lo ao hospital veterinário com urgência. Quanto mais cedo o gatinho for avaliado e tratado, maiores são as chances de recuperação”, alerta.
A panleucopenia felina tem cura?
A panleucopenia felina tem cura, mas o sucesso do tratamento está diretamente ligado à rapidez no atendimento, explica o médico veterinário. Quanto mais cedo o tratamento começa, maiores são as chances de recuperação, e os gatos que superam a doença geralmente não apresentam sequelas.
A principal forma de prevenção é a vacinação, que deve seguir o protocolo recomendado pelos veterinários: duas doses na primovacinação, com intervalo de 21 dias, e reforço anual. Além da vacina, algumas medidas preventivas podem reduzir o risco de contágio, como manter gatos recém-chegados ao ambiente isolados até que completem o esquema vacinal e evitar o contato com roupas e sapatos que possam estar contaminados ao chegar da rua.
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**Lucas Feitosa Castelo Branco é médico veterinário, formado pela Faculdade Terra Nordeste (Fatene) em 2019, pós-graduado em Anestesiologia Veterinária pelo Instituto Quallitas. Especializado em Cirurgia (CETAC/SP) e Cirurgias de Rotina (CDMV/DOK) e com aprimoramento em Ventilação Mecânica (Criativa, com o professor Ricardo Vilane). Cirurgião e CEO do Hospital Veterinário Saluti Popular.
*Estagiária sob supervisão da editora Mariana Lazari