Nego Di se defende após investigações por estelionato: 'nunca fui sócio'

Humorista e ex-BBB se defende das acusações e se coloca, também, como vítima de golpe

Escrito por Redação ,
Nego Di está de óculos escuros e camisa de time de basquete.
Legenda: Nego Di participou da edição de 2021 do Big Brother Brasil.
Foto: Reprodução/Instagram

O ex-BBB Nego Di é investigado por um susposto esquema de estelionato no Rio Grande do Sul. Segundo o jornal Diário Gaúcho, há pelo menos 126 registros na Polícia Civil de consumidores da loja virtual 'Ta di Zuera' que alegam terem sido enganados pelo estabelecimento, que tem relação contratual com o humorista.

Os clientes que prestaram queixa à polícia afirmaram que os produtos que compraram — no Pix ou no boleto —, como eletrodomésticos e eletrônicos, nunca chegaram às suas casas.

Além disso, eles informaram que os itens foram anunciados nas redes sociais de Nego Di, o que os levou a sustentar a hipótese de que ele seja um dos proprietários do estabelecimento.

O humorista se defende das acusações. Em nota enviada ao Diário Gaúcho, os advogados do ex-BBB dizem que ele foi contratado apenas para fazer publicidade para a loja. "Ocorre que existem atrasos nas entregas e falta de retorno adequado aos consumidores. Diante disto, [Nego Di] passou a receber ataques nas redes como se proprietário fosse ou tivesse a administração e o gerenciamento da referida loja", informaram os juristas.

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Depoimentos

O Diário Gaúcho informou que a maior parte das ocorrências — cerca de 35 — se concentra em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. É na delegacia local, inclusive, que o humorista deve prestar depoimento ainda nesta semana, após os policiais ouvirem todas as vítimas, arrecadarem documentos e formalizarem provas.

"Quando o negócio parece muito bom, tem de olhar com bastante cuidado para ele. Pode estar sendo vítima de um golpe. Abre o olho, pesquisa direitinho, tem um pouco de paciência antes de clicar para comprar porque pode ser lesado", alertou o delegado Rafael Pereira, da 1ª DP de Canoas, ao Diário Gaúcho.

Versões conflitantes

Nos 'Stories' do Instagram, nesta quinta-feira (21), o ex-BBB se desculpou com os clientes da loja 'Ta di Zuera' que não receberam seus produtos ou que não tiveram seu dinheiro estornado. "Na época da divulgação da loja, se tinha uma confiança no proprietário e na sua esposa", disse Nego Di, mencionando os nomes das duas pessoas.

Print de um story do Nego Di no Instagram. Ele está de boné e camisa branca listrada.
Legenda: Nego Di comentou o assunto nos Stories.
Foto: Reprodução/Instagram

O humorista disse, inclusive, que nunca imaginou que sofreria "um golpe" dos proprietários — o estabelecimento estaria no nome do filho do casal, segundo ele. Isso porque os dois teriam dito publicamente que Nego Di era um dos sócios do empreendimento.

"Nunca fui proprietário, nunca fui sócio, nunca estive no CNPJ. Meu maior erro foi confiar em pessoas que, em tese, eram idôneas", continuou o ex-BBB. Anteriormente, contudo, em publicações também nas redes sociais, ele teria chegado a afirmar que era um dos donos da 'Ta di Zuera'.

A polícia garantiu que, caso ele indique novas pessoas como suspeitas no depoimento, elas também serão interrogadas.

"Ele [Nego Di] trouxe publicamente versões conflitantes. Primeiro, disse que entraria com ações contra as vítimas. Algumas vítimas se sentiram um pouco ameaçadas. Depois, garantiu que iria ressarcir os produtos ou garantiria a entrega. Passados alguns dias, veio a público dizer que tinha sido vítima de terceira pessoa e não seria proprietário da empresa. Disse que teria sido usada a imagem dele como marketing por um empresário, talvez com dolo ou má-fé, para aplicar golpe" comentou o delegado Rafael Pereira.

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Alcance do golpe  

O delegado à frente do caso acredita que, nos próximos dias, mais vítimas devem prestar queixa. Na última sexta-feira (15), consumidores lesados fizeram um protesto em Porto Alegre e, depois disso, as ocorrências registradas vêm aumentando.

"Sabemos de vítimas que fizeram ocorrência em outros estados. O alcance dos anúncios era de nível nacional. Nessas manifestações que a imprensa faz mais vítimas se encorajaram a procurar e registrar as ocorrências. As vítimas podem buscar atendimento em qualquer órgão policial. Mas se quiserem vir direto até a 1ª DP de Canoas, serão atendidas", orientou Pereira.

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