Usina de biogás vai receber investimento de até R$ 50 milhões
Produção de Gás Natural Renovável passará de 80 mil para 120 mil metros cúbicos (m³), por dia, quando a ampliação do equipamento for concluída. Previsão é que isso ocorra até o primeiro semestre de 2021
A Usina Gás Natural Renovável Fortaleza (GNR Fortaleza) e o Governo do Ceará assinaram, na tarde de ontem (1º), um aditivo de contrato que permite ampliar a produção de biogás do empreendimento, operado pelos grupos Marquise e Ecometano. Com isso, a produção, atualmente em 80 mil metros cúbicos (m³) diários, chegará a 120 mil m³/dia até o primeiro semestre de 2021. A ampliação vai demandar investimento de R$ 40 milhões a R$ 50 milhões.
De acordo com o diretor-presidente da Marquise Ambiental, Hugo Nery, o valor será empenhado na aquisição de equipamentos. "Iniciaremos os trâmites e entendemos que a expansão da usina ocorrerá em um prazo de 12 a 18 meses. Isso significa que teremos novos empregos, porque haverá um aumento no tamanho da unidade", explica.
Durante o processo de expansão física da GNR Fortaleza, serão gerados entre 15 e 25 empregos temporários. Quando a usina estiver operando com a produção de 120 mil m³/dia, mais três funcionários serão contratados.
Inaugurada oficialmente em abril de 2018, a Usina GNR Fortaleza operava, inicialmente, tendo a Cerbras, empresa do ramo de revestimentos cerâmicos, como única cliente. Em maio de 2018, recebeu autorização da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para que o biogás fosse incluído na rede da Companhia de Gás do Ceará (Cegás).
"Em nosso primeiro ano de operação, a Cerbras foi praticamente a única cliente. A partir do momento que nós recebemos a autorização para incluir o gás na rede, todas as empresas clientes da Cegás passaram a receber o gás produzido pela usina, misturado ao gás de petróleo", detalha Hugo Nery.
Mercado em expansão
Na avaliação do diretor-presidente da Marquise Ambiental, a GNR Fortaleza tende a acompanhar o fortalecimento do setor de energia renovável no Brasil. "O mercado de energia renovável no País é crescente, somos um dos países em maior crescimento da matriz energética renovável com os gases provenientes de aterros sanitários e a parte eólica, solar e as hidrelétricas. Sabemos que a demanda deverá crescer", arremata.
O empreendimento
A planta de produção de biogás retira metano do Aterro Sanitário Municipal Oeste de Caucaia (Asmoc). O empreendimento converte o biogás de resíduos urbanos em gás natural e recebeu investimento inicial de R$ 100 milhões, aportados pela Ecometano. A Cegás, responsável pela distribuição do insumo, investiu cerca de R$ 25 milhões em um gasoduto de 23 quilômetros.
O projeto foi concebido em parceria com a Marquise Ambiental, responsável pela coleta de lixo na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).