Pecém pode ser estratégico para evolução de seguros de carga no CE

Segundo o vice-presidente do Clube Internacional de Seguros de Transporte, pela proximidade geográfica com grandes mercados, Porto pode impulsionar crescimento do setor de seguros após eventual retomada da economia

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Legenda: O Ceará acumula, segundo dados do Cist, 2% de todos os roubos de carga no Brasil. O Nordeste representa 6,43% do total
Foto: Foto: Natinho Rodrigues

O Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), que conta com a instalação da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), pode ser um dos principais pontos a impulsionar o crescimento do mercado de seguro de cargas no Ceará. A opinião foi defendida por Alfredo Chaia, CEO da Risk Veritas e vice-presidente do Clube Internacional de Seguros de Transporte (Cist). A perspectiva foi mencionada durante um workshop realizado pelo Cist, no auditório da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), ontem (25).

De acordo com Chaia, apesar de o Estado concentrar apenas 2% dos roubos de cargas do País anualmente, a expectativa é de que o mercado de seguros cresça tanto no País quanto no Estado. Embora defenda uma previsão otimista, o executivo não precisou de quanto será a evolução nos próximos anos.

"Em grandes segmentos, como importação e exportação de grandes indústrias, por exemplo, o Nordeste sempre foi um player importante e o Ceará tem tido um peso relevante com os resultados do Pecém, principalmente no setor de carga e logística", disse.

Um dos principais potenciais para que o Estado gere essa evolução do setor de riscos e seguros de carga, segundo Chaia, está justamente na localização geográfica em relação aos maiores mercados mundiais. Com a perspectiva de retomada da economia, o fluxo de transporte de cargas aumentaria. "O Ceará é um importante player para o mercado para colocar produtos com grande velocidade, pela questão geográfica. O Ceará pode ser consolidar cada vez mais como hub internacional de logística", explicou.

Impacto

Para o diretor executivo de risco do Grupo Servis, David Silva, discutir o mercado de seguros e risco pode significar uma redução de prejuízos para empresas em todo o Estado. Segundo ele, com a evolução da economia nos últimos anos, algumas cargas roubadas chegam a ser avaliadas em mais de R$ 4 milhões. Ao todo, roubos de carga geram o prejuízo de R$ 2 bilhões às empresas brasileiras por ano.

"O Brasil é o país com maior número de roubo de carga do mundo e esses roubos podem levar empresas inteiras à falência. Então é importante discutir a importância desse mercado aqui no Ceará".

Eficiência

E o resultado do investimento em segurança já pôde ser sentido pelo Grupo Aço Cearense. Conforme o coordenador administrativo da empresa, Giovani Benevides, atualmente, quase 100% das cargas da Aço Cearense chegam seguras ao destino.

"O roubo de carga acontece em todo País e no Ceará ele é evidente, mas nós temos tido um cuidado muito grande com esse assunto, então temos serviços de rastreador e seguro de cargas. Sem o seguro de cargas a gente não consegue transportar nada e por isso tomamos todos os cuidados", disse.

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