Empresários cearenses defendem abertura de estabelecimentos

Segundo pesquisa divulgada pela Fecomércio, a maioria dos entrevistados defendem a reabertura com horário de funcionamento reduzido

Escrito por Redação ,
Legenda: O estudo foi aplicado de forma on-line e revela o posicionamento de diversos segmentos produtivos como: agropecuária, indústria, comércio, serviços e turismo

Segundo pesquisa divulgada neste sábado (28) pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Ceará (Fecomércio-CE), 61,8% dos entrevistados no Ceará defendem a abertura dos estabelecimentos. Os empresários afirmam que o fechamento, em decorrência do coronavírus, impõe sérios impactos financeiros para as empresas e para a economia; 89,0% avaliam impacto na capacidade de pagar a folha de salário, 63,9% avaliam dificuldades no pagamento de fornecedores, 46,8% estimam restrições para pagar impostos e 31,1% apontam dificuldades no pagamento de empréstimos e financiamentos.

A pesquisa foi realizada nos dias 26 a 27 de março, com abrangência nacional, ouvindo todos os setores da economia (Agropecuária, Indústria, Comércio, Serviços e Turismo). Para a reabertura, a maioria dos empresários deu preferência para o horário de funcionamento reduzido (36,8%). Segmentando por setores econômicos, prevaleceu no setor agropecuário (36,4%) e indústria (39,2%) o funcionamento normal sem restrição. Já nos demais setores, predomina o horário de funcionamento reduzido.

“Há uma preocupação muito grande da nossa base de empresários, um descontentamento por estar parado quando se tem compromissos a se honrar com fornecedores, com quadro de colaboradores e até mesmo com o próprio governo”, disse o presidente da Fecomércio-CE, Maurício Filizola. “A gente observa que mesmo voltando, como é a nossa proposta, com um número reduzido de colaboradores, de horário reduzido, com controles sanitários, a gente sabe que a volta do movimento anterior ao fechamento vai demorar um tempo”.

A Fecomércio afirma que com a proposta do fechamento parcial e/ou total, os empresários estão enfrentando desafios para gerir as suas empresas, manter a mão de obra empregada, honrar compromissos com fornecedores, bancos e manter uma linha de produção que abasteça o mercado. “A gente confia no nosso governo. Respeitamos a serenidade com que o governador vem tratando esse tema, a preocupação que ele tem com a saúde pública, mas o comércio também é importante. Porque não adianta a desmanchar a economia para depois reconstruirmos, é preciso protegermos”, diz Filizola.

Reabertura
Na perspectiva de abertura dos estabelecimentos, quanto à demanda de clientes, os 68,5% dos empresários acharam que terão clientes, contra 31,5% que acham que não terão clientes. No entanto, o fluxo dessa demanda só voltará à normalidade no longo prazo, conforme resposta de 41,5% dos empresários. Para o curto prazo, 37% dos empresários afirmaram que a demanda será parcialmente estabelecida, em uma proporção que ajudará a suprir o caixa. E, somente 11,7% dos empresários se mostraram otimistas, quando afirmaram que no curto prazo o fluxo de demanda será totalmente restabelecido.

Apoio
Foi questionado aos empresários cearenses sobre as possíveis soluções para que possam manter a empresa em funcionamento: 61% responderam que todos os impostos deverão ser renegociados; 57,7% sugeriram que o Estado dê assistência financeira para os profissionais autônomos, e outros que assim precisem; 49% requereram flexibilização de garantias para tomada de empréstimos junto aos bancos; e 47,2% apresentaram como solução a suspensão temporária do contrato de trabalho, cabendo ao estado a responsabilidade de um seguro desemprego por tempo determinado.

Expectativas
Por fim, as expectativas dos empresários, em todos os segmentos, quanto ao crescimento econômico predominou um cenário negativo, sendo que 42,8% consideraram uma expectativa ruim; seguido de 42,1% que não tem expectativas. Somente 1,7% do empresariado se mostraram otimistas.

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