Conheça a trajetória empresarial do Capitão Fujita

O cearense foi fundador da Construtora Estrela, responsável por construir 50 mil unidades habitacionais

Escrito por Redação ,
Legenda: A Fujita Engenharia, sucessora da Construtora Estrela, assinou grandes obras, entre elas, a construção do Hospital Regional do Cariri.
Foto: Foto: Elizangela Santos

O empresário cearense João Batista Fujita deixa um legado de referência e inovação para a Construção Civil no Ceará. Capitão Fujita faleceu nesta quinta-feira, aos 84 anos.

Nascido em Fortaleza, Fujita ingressou na Escola Preparatória de Fortaleza aos 17 anos e seguiu carreira na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). Chegou a patente de Capitão, nominação que continou a usar após sair da vida militar, em 1968, passando a ser conhecido como Capitão Fujita.

Após sair do Exército, o ex-militar conseguiu emprego como comprador em uma empresa de construção. Quatro meses depois, já era superintendente. Assumido o posto, viu que a empresa não ia bem. Sugeriu ao dono que fizesse um financiamento para abrir uma nova empresa. Em parceria, fundaram a Construtora Estrela, em 1969.

A construtora se destacou no cenário local e nacional, tendo sido cotada duas vezes no ranking da revista Exame como uma das melhores no segmento em todo o País. Esteve à frente de obras em 15 estados brasileiros, com destaque para o segmento habitacional, tendo construído 50 mil unidades. Ao todo, 65 mil pessoas passaram pelas obras da empresa.

Capitão Fujita ainda contribuiu para a união e fortalecimento da Construção Civil no Ceará e no Brasil. Foi fundador e primeiro presidente da Associação das Empresas Construtoras do Ceará (Assecon), além de ser um dos fundadores da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

O vice-presidente da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), André Montenegro, ressalta o pioneirismo de Fujita e suas qualidades. "Capitão Fujita foi e é exemplo a ser seguido por todos os empresários da construção civil pela sua coragem, pelo seu espírito inovador e principalmente pelo seu bom coração".

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará (Sinduscon-CE), Patriolino Dias de Sousa, lembra a participação de Fujita para o fortalecimento da Construção Civil. "Sempre foi uma referência para nós. Ele foi um desbravador, um empreendedor, um visionário da Construção. Foi um dos fundadores da Cbic, nossa entidade maior, e sempre teve iniciativas em prol do nosso setor".

Por sua postura, recebeu diversas condecorações, tais como Homem de Marketing (1991), pela Associação de Marketing do Brasil; Comenda outorgada pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão; as Medalhas do Pacificador e da Ordem do Mérito Militar, no Grau de Cavaleiro e Oficial, conferidas pelo Exército Brasileiro; e a Comenda Medalha do Mérito Industrial (2011) pela Fiec.

Em 1993, a Construtora Estrela se transformou na Fujita Engenharia, empresa com empreendimentos de sucesso espalhados por São Paulo, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Maranhão, Pará e Ceará, totalizando mais de 500 mil metros quadrados construídos (m²) entre edificações nas áreas educacionais, instituicionais, hospitalares e habitacionais.

A empresa assinou grandes obras, como a modernização do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e do Estádio Presidente Vargas e a construção do Hospital Regional do Cariri. Em 2008, Capitão Fujita passou o comando da construtora para os filhos, ficando apenas na consultoria.

Fora da Construção Civil, Fujita nunca esqueceu a origem do pai, imigrante japonês, e foi presidente do Instituto Cultural Nipo-Brasileiro. Partiu dele, em 2007, a ideia da construção do Jardim Japonês, na Avenida Beira-Mar em comemoração aos 100 anos da imigração japonesa no Brasil.

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