Covid-19: Fortaleza usa remédio da mesma classe de medicamento que teve eficácia em estudo britânico

Em live nesta terça-feira, prefeito ressaltou bons resultados do protocolo de tratamento com corticoide associado a antibiótico

Escrito por Redação ,
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Legenda: Um corticoide foi identificado como eficaz no tratamento de pacientes em estado grave da Covid-19, por cientistas britânicos.
Foto: PIERRE-PHILIPPE MARCOU / AFP

Pesquisa britânica da Universidade de Oxford anunciou resultados preliminares nesta terça-feira (16) apontando que o uso de um corticoide pode trazer efeitos positivos para evitar a morte em pacientes mais graves da Covid-19. Fortaleza já tem usado um remédio da mesma classe terapêutica para o tratamento da enfermidade. 

Desde o mês de abril, os profissionais de saúde de Fortaleza estão orientados a oferecer aos pacientes da atenção primária, isto é, àqueles que procuram as unidades de saúde com sintomas iniciais, com uma combinação do corticoide prednisona e do antibiótico azitromicina, segundo protocolo indicado pela Escola de Saúde Pública do Ceará. 

Conforme o prefeito Roberto Cláudio explanou em transmissão ao vivo na noite desta terça-feira (16), o tratamento aplicado em Fortaleza também dá sinais de eficácia. "Hoje a nossa rede de atenção primária já está usando desde abril em larga escala esse procedimento. Algumas regionais em que a doença demorou a chegar e a se disseminar, como a Regional VI, lá a gente teve esse protocolo sendo administrado já no início da disseminação da doença naquela área da cidade. E, de fato, a gente tem tido uma taxa de letalidade e de óbitos menor que em outras regionais da cidade", diz.

Pesquisa britânica

Cientistas do Reino Unidado anunciaram, nesta terça-feira (16), que identificaram um medicamento barato e disponível que ajuda na recuperação de pacientes com Covid-19 em estado grave. Trata da dexametasona, um corticoide comum. 

Os resultados da pesquisa serão divulgados em breve, conforme os cientistas. O estudo foi feito com cerca de 2 mil pacientes que receberam o medicamento, e foram comparados com outros 4.300, que receberam o tratamento comum. 

Em caso de pacientes utilizando aparelhos respiradores, o risco de morte caiu de 40% para 20%. Entre os enfermos que recebem oxigênio, o risco foi reduzido de 25% para 20%. O estudo não constatou melhora em pacientes com casos mais leves.

Dexametasona mostra bons resultados contra Covid-19 e Reino Unido inclui corticoide no tratamento

 

Tendo em vista os resultados, os pesquisadores afirmaram que até 5 mil vidas teriam sido salvas no Reino Unido, caso o medicamento tivesse sido utilizado desde o começo da pandemia.

Um dos líderes do estudo, Peter Horby, afirmou ao G1 que o benefício é "claro e alto em pacientes que estão doentes a ponto de terem que receber tratamento com oxigênio, então esse deve ser o padrão de cuidado nesses pacientes".

A expectativa da comunidade científica é de que, por ser um medicamento barato, a droga possa ser um grande benefício em países pobres afetados pela Covid-19. 

O mesmo tipo de estudo foi realizado com outros remédios pelos pesquisadores. No início de junho, os resultados da pesquisa utulizando a hidroxicloroquina, medicamento contra malária, apontou que não há benefício contra a Covid-19.

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