Campanha envia mensagens de apoio e autocuidado a profissionais de saúde durante a pandemia

Ação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) reforça o respeito e os cuidados com a saúde mental e física dos profissionais

Escrito por Redação ,
Legenda: A campanha "Valorize o Essencial" busca apoiar e reconhecer profissionais que estão diariamente na linha de frente no combate a Covid-19.
Foto: Camila Lima

O cenário de pandemia tem reforçado ainda mais a importância de algumas categorias, como a dos profissionais de saúde, que exercem atividade essencial. Com foco nos profissionais que estão diariamente na linha de frente no combate ao novo coronavírus, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) lançou, ontem (10), a campanha “Valorize o Essencial”, que busca apoiar e reconhecer esses profissionais, com o envio de mensagens de apoio e autocuidado.

 

“Sabemos que a situação já não era fácil antes da pandemia. Mas agora tornou-se mais preocupante e, pensando nisso, criamos a campanha 'Valorize o Essencial’. Queremos reconhecer e valorizar profissionais que todos os dias contribuem para minimizar os efeitos da pandemia na vida das pessoas”, declara Lívia Schunk, responsável técnica do programa Acesso Mais Seguro para Serviços Públicos Essenciais do CICV.

Entre os profissionais de saúde, no Ceará, já são 14.974 diagnósticos positivos do novo coronavírus e outros 8.705 casos estão em investigação, segundo indicadores da plataforma IntegraSUS, atualizados às 10h36 desta terça-feira (11). A categoria dos médicos é a terceira mais afetada pelo novo coronavírus, com 1.430 casos confirmados. Em primeiro lugar estão os técnicos e auxiliares de enfermagem (4.357), em seguida vem os enfermeiros com 2.139 casos confirmados da infecção pelo vírus Sars-Cov-2. Já quando se trata de óbitos, foram 9 médicos que perderam a vida para a Covid-19.

Campanha

A campanha se apresenta em duas vertentes: a primeira será direcionada a profissionais e gestores dos serviços essenciais, parceiros do CICV, trazendo dicas de autocuidado e gestão de estresse através de lista de transmissão pelo WhatsApp. As mensagens serão em forma de boletim informativo. 

Já a segunda vertente será dirigida à população, buscando estimular a empatia pelos profissionais, por meio da divulgação de depoimentos e histórias no site da campanha e nas redes sociais. A população poderá contribuir compartilhando os depoimentos disponiveis, aumentando o alcance da campanha.

“Esses profissionais não apenas salvam as pessoas, também garantem a continuidade dos serviços que são essenciais a todos nós, como saúde, assistência social e educação. Eles merecem todo nosso apoio e solidariedade”, aponta Simone Casabianca-Aeschlimann, chefe da Delegação do CICV no Brasil e países do Cone Sul. 

Durante o período pandêmico o CICV, por meio do programa “Acesso Mais Seguro”, presente em seis capitais brasileiras, incluindo Fortaleza, realiza práticas para reforçar o respeito e os cuidados com a saúde mental e física dos profissionais. O apoio para trabalhadores do Serviço Público Essencial também foi feito através de doações, como equipamentos de proteção individual (EPIs) e álcool em gel.

Essenciais 

Em todo o Estado, desde o início da pandemia, já são 25 óbitos de profissionais dos serviços de saúde. A Capital concentra o maior número de casos confirmados: 7.152 e 11 mortes. Para o médico Sérgio Simões, o mais difícil era ver o número absurdo de pessoas infectadas e saber que ali teria que tomar decisões difíceis. 

“O medo que a gente tinha era realmente não conseguir dar o nosso melhor para os nossos pacientes, porque era um número absurdo de pessoas que estavam em situações críticas. Precisavam de respiradores, de oxigênio. A gente não tinha como dar suporte para todas aquelas pessoas precisando do nosso auxílio, então tentávamos fazer o nosso melhor”, destacou o médico. 

Além disso, o médico também contou como esse momento foi difícil psicologicamente para categoria, inclusive para ele, que já sofre com ansiedade. “A parte psicológica de todo mundo foi alterada. Temos várias colegas que começaram tratamento com psiquiatra e psicólogo", pontua. “A gente já vinha pro plantão um pouco triste, porque já sabiamos que iamos tomar decisões difíceis [e] ver situações horríveis. Mas a gente também ia com esperança de fazer o nosso melhor por cada paciente [e se] a gente conseguisse salvar uma pessoa, já teria feito nosso dia”, conclui.

Serviço

Site da campanha 


   
      

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