Dessalinização: construtora de usina definida até o fim do ano

De acordo com Camilo Santana, será lançado, em breve, edital para a execução das obras do empreendimento

Escrito por Redação ,
Legenda: O local para a implantação da usina de dessalinização de água do mar ainda não foi definido, mas especula-se que o empreendimento seja construído na orla da Região Metropolitana de Fortaleza
Foto: FOTO: EDUARDO QUEIROZ

A empresa que realizará as obras de construção da usina de dessalinização de água marinha para a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) deverá ser definida ainda neste ano, segundo informou o governador Camilo Santana. Com a conclusão da fase de estudos de viabilidade no mês passado, o governo pretende, em breve, publicar o edital de concorrência para as interessadas na execução das obras e operação do equipamento.

O investimento, segundo Camilo, que deve chegar a cerca de R$ 600 milhões, será realizado exclusivamente pela iniciativa privada. "O que a empresa tem é a garantia de que o Estado vai comprar a água durante 20 anos. Essa água dessalinizada vai para o sistema da Cagece (Companhia de Água e Esgoto do Ceará), que vai distribuir a todos os seus cliente", explica.

Ele aponta que o consumo médio de água pela RMF é de cerca de sete metros cúbicos (m³) (ou sete mil litros por segundo e que a usina dessalinizadora irá produzir 1 m³ por segundo em cada um dos dois módulos que a compõem, com capacidade de produzir 2 m³ por segundo após sua conclusão. "É a primeira e a maior usina de dessalinização de água do Brasil. Vai ser quase um terço (28,5%) de todo o consumo da região metropolitana".

Operação em 2020

A expectativa do governo é que a usina entre em operação em 2020, uma vez que as obras devem levar de um ano e meio a dois anos para ser concluída.

De acordo com a Cagece, o incremento na rede de distribuição da companhia vai significar o aumento de 12% na oferta de água, beneficiando cerca de 720 mil pessoas e contribuindo para a garantia de segurança hídrica ao Estado.

Os estudos de viabilidade econômica do equipamento foram entregues no começo de maio pela empresa sul-coreana GS Inima Brasil e pela espanhola Acciona Águas. Indagada pela reportagem, entretanto, a Cagece não informou qual estudo foi selecionado pelo governo para embasar o contrato e o edital da Parceria Público-Privada (PPP).

Licença para refinaria

Em relação à construção da refinaria no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), o governador disse estar muito otimista com o andamento das negociações com empresários chineses. "Temos uma empresa interessada, que já está pedindo o licenciamento ambiental da obra, já tem o projeto pronto e a garantia de financiamento pelo Banco de Desenvolvimento da China. Em breve, devemos fazer esse grande anúncio", prevê

Conforme o Diário do Nordeste adiantou no dia 2 de abril, a refinaria deve contar com mais três sócias chinesas, além da já confirmada Qingdao Xinyutian Chemical. De acordo com o então secretário de Assuntos Internacionais, Antonio Balhmann, uma delas deve fazer a planta da unidade de refino e as outras duas irão se dividir no desenvolvimento da engenharia e construção de três usinas térmicas de 300 megawatts (MW) instaladas na própria refinaria.

Contrato com Roterdã

Inicialmente previsto para o fim do ano passado, o governador afirma que até julho deverá ser concluída a negociação para a celebração do contrato em que o Porto de Roterdã se associará à Cipp S/A (antiga Cearáportos) na administração do Porto do Pecém. Camilo aponta que o acordo "já passou pela aprovação do Conselho" do porto holandês e que, agora, precisa passar pelos acionistas, "que praticamente é o poder público".

O governador ainda ressaltou que o acordo se trata de uma parceria com o Porto de Roterdã e não uma venda, como já se especulava desde março. "Não vamos vender nada do Porto do Pecém. É uma parceria. Tudo que é do Ceará, continua sendo do povo cearense. Todos os investimentos feitos pelo Porto de Roterdã serão feitos, por exemplo, como se eles fossem acionistas", explicou o governador.

Usina de Biodiesel

Já em relação à usina de Biodiesel em Quixadá, desativada pela Petrobras em 2016, o governador apontou que "a medida foi mais um golpe da estatal contra os interesses do Ceará" e que o governo analisa propostas de empresas interessadas em reativar o equipamento. Conforme o Diário do Nordeste informou no último dia 2, há três grandes grupos interessados - dois dos quais são internacionais. Mas ainda há outros, de acordo com Silvio Carlos Ribeiro, diretor da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), que estão em contato diretamente com a Petrobras. Segundo o diretor, o estudo de viabilidade do empreendimento sem a estatal deve ser concluído e entregue aos potenciais investidores ainda nesta semana. "Estamos promovendo essa ambiência para que o investidor tenha segurança", aponta.

Modelo

A venda ou arrendamento da usina, entretanto, será feita pela própria Petrobras. "O governo não participa da negociação, apenas ajuda nas informações que o investidor precise, mas, logicamente, é um interesse do Estado, por se tratar de um equipamento com capacidade de gerar emprego na região e incentivar outras cadeias produtivas. Mas a negociação toda vai ser entre a Petrobras e os interessados", explica o diretor.

Itataia

Quanto à usina de exploração de urânio e fosfato em Itataia, no município de Quixadá, o governador afirmou que o Estado teve uma reunião com a equipe técnica do Ministério de Minas e Energia e que espera que o equipamento seja mais um importante gerador de empregos para o Ceará. O processo de licenciamento para a instalação da usina se arrasta há mais de sete anos e não há previsão de quando a usina será autorizada a sair do papel.

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.