‘Roubou o namorado da mãe, difícil de defender’, diz Carolina Dieckmann sobre Laços de Família

A atriz viveu a protagonista Camila na trama exibida em 2000; folhetim será reprisado no Vale a Pena Ver de Novo

Escrito por Lívia Carvalho , livia.carvalho@svm.com.br
Legenda: Carolina Dieckmann, Reynaldo Gianecchini e Vera Fischer eram os protagonistas da trama
Foto: Reprodução / Instagram

O anúncio da reprise de Laços de Família na TV Globo deixou os fãs de novela empolgados para rever histórias que ficaram marcadas na teledramaturgia brasileira. Mesmo quem não acompanhou a trama na época, certamente já assistiu à cena dramática em que Carolina Dieckmann, ao encarnar a protagonista Camila, raspa a cabeça ao som de ‘Love By Grace’, de Lara Fabian.  

O folhetim escrito por Manoel Carlos, originalmente exibido há exatos 20 anos, retorna no Vale a Pena Ver de Novo a partir desta segunda-feira (7). Em coletiva de imprensa, Carolina Dieckmann falou que a repercussão que a personagem Camila teria hoje seria bem diferente daquela época, embora ela vivesse a ‘mocinha’.  

“As pessoas nesse momento tão com uma tendência maior a polarizar, então eu acho que se essa novela tivesse passando pela primeira vez, a gente correria mais riscos de ter essa discussão mais inflamada. Ela roubou o namorado da mãe, fica difícil de defender”, afirma.  

Na trama, Camila se apaixonava pelo namorado da mãe Helena (Vera Fischer), Edu (Reynaldo Gianecchini).  

Outra personagem que gerou controvérsias foi a vilã Íris, vivida por Deborah Secco. A menina mimada fez de tudo para conquistar o primo Pedro (José Mayer), além de atormentar Camila. A atriz lembra que, na época, já havia bastante dualidade sobre as ações da jovem.  

“Tinha um público enorme que amava a Íris e tinha um público que odiava. Eu cheguei a apanhar no supermercado. Ela dividia muito as pessoas, mas não acredito que ela vá ser cancelada hoje por ser essa personagem tão complexa”, diz.  

Legenda: Deborah Secco viveu a vilã Íris na novela
Foto: Divulgação / TV Globo

Apesar disso, Deborah lembra com carinho da personagem que marcou toda uma geração. “A Iris foi um marco na minha carreira, na minha história, foi um personagem que me ensinou muito. Nunca imaginei que ela seria tão lembrada ainda hoje. É uma das melhores lembranças que eu tenho da minha história profissional. A Íris mudou minha vida”, revela. 

Atemporal 

‘Laços de Família’ não só marcou as carreiras dos atores do elenco, mas também marca o legado de Manoel Carlos, o Maneco, para a dramaturgia. Tony Ramos, ator que trabalhou em várias das produções do escritor, pontua que o diferencial do jeito Maneco de contar histórias é o olhar apurado.  

“Maneco sempre foi um homem do teatro, sempre foi um observador do cotidiano. Em uma simples volta de carro, ele consegue apurar histórias, olhando com um filtro absurdo de criatividade. Esse olhar pela janela já dava uma crônica pra ele, é um grande cronista”, conta Tony.  

Na trama, Tony deu vida à Miguel, um culto dono de uma livraria que se apaixona por Helena, personagem de Vera Fischer.  

Já para a atriz Giovanna Antonelli, Maneco tem “o dom de saber contar histórias que não ficam na superficialidade, em que você encontra densidade nas personagens, humanidade. Ele sabe traduzir o ser humano de uma forma que é muito particular dele”. Giovanna encarnou a universitária e garota de programa Capitu, que vivia um romance com Fred (Luigi Baricelli). 

Legenda: Os personagens de Luigi Baricelli e Giovanna Antonelli viveram romance na novela
Foto: Reprodução / Instagram

A novela traz ainda no elenco Reynaldo Gianecchini, Regiane Alves, Luigi Baricelli, Ana Carbatti, Marieta Severo, Juliana Paes, Helena Ranaldi, Daniel Boaventura e outros.  

Gianecchini revelou, inclusive, em entrevista à colunista Patricia Kogut que não gostou da atuação na novela. “Fiquei muito mal, me criticando demais. Realmente achando uma merda o trabalho. Então, o telefone começou a tocar, as pessoas achando tudo incrível. E eu chorando, como se de fato não merecesse nada daquilo”.  

O ator pontua que isso se deu pela inexperiência que tinha na época. “Tinha tudo para dar muito errado. Você não faz um protagonista das 21h sem experiência e passa ileso por isso. Hoje em dia, acho que teria sido melhor estrear com experiência. Sempre indico isso: estudem. Eu cheguei muito despreparado, mas fui corajoso, fui querendo aprender a profissão. Isso me salvou”, garantiu.

Assuntos Relacionados