Tatuador é denunciado por usar foto de criança negra sem autorização; entenda o caso
'Ele não é filho de chocadeira', diz a mãe, que irá entrar com uma ação contra o uso da imagem do filho
O tatuador Neto Coutinho, de São Paulo, é denunciado por usar, sem autorização dos pais, a foto de uma criança negra para tatuar um cliente. O caso se tornou público após o profissional ganhar dois prêmios por conta da tatuagem durante a convenção "Tattoo Week", realizada em outubro. As informações são do portal g1.
O fotógrafo responsável pela imagem também não foi comunicado sobre o uso da imagem. A denúncia foi feita nas redes sociais pela mãe do menino, que mora na Zona Norte do Rio de Janeiro. Um internauta enviou a foto em que o rosto de seu filho, de apenas 4 anos, havia sido tatuado em uma pessoa desconhecida.
Veja também
"Eu fiquei muito assustada. Ele não teve cuidado de saber sobre meu filho. Uma mãe nem ser consultada para saber se podia tatuar na pele de uma pessoa a foto do filho dela? Não existe isso. É um absurdo. Imediatamente entrei em contato com o tatuador. Comentei na foto que ele publicou e pedi contato. Mas ele não me respondeu por um bom tempo", disse a mãe, Daniele de Oliveira Cantanhede, mais conhecida como Preta Lagbara.
Ainda conforme a mãe, ela procurou um advogado e vai entrar com uma ação contra o uso da imagem do filho.
"Na rede social tem o nome do fotógrafo. Ele podia ter entrado em contato com ele. E a pessoa que tatuou, o tatuador disse que nem conhece. Como que alguém tatua a imagem do meu filho sem saber quem é ele? Isso é desumanizar demais a criança. Meu filho foi parido por alguém. Ele não é filho de ninguém, filho de chocadeira. Ele tem mãe, pai, tem família", ressaltou.
Tatuador se pronuncia
Segundo a publicação, o tatuador pediu desculpas para a família. A defesa alegou que ele "não teve má-fé" e quer resolver a situação de forma pacífica.
"Vamos tentar fazer um acordo e resolver a questão de forma pacífica. Estamos em tratativas e existe esse diálogo já. Ele nunca pretendeu prejudicar ninguém. Realmente tem toda uma questão artística e vamos tentar dialogar. Caso não se resolva no diálogo, vamos responder ao processo que poderá ser aberto", afirmou.