Sem matéria-prima, novos lotes de Coronavac ficam comprometidos a partir de junho
Nesta quarta-feira (12), o Governo de São Paulo e o Butantan entregaram um novo lote de 1 milhão de doses ao Ministério da Saúde
O Instituto Butantan informou que, a partir da próxima semana, não haverá insumos para produzir mais vacinas da CoronaVac, no Brasil. Devido à escassez de matéria-prima, o cronograma de junho que inclui o imunizante pode ficar prejudicado, segundo Dimas Covas, diretor da instituição.
O Governo de São Paulo aguarda a autorização na China para a liberação de um novo lote de ingrediente farmacêutico ativo (IFA).
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A China mantém separada e pronta para embarque uma remessa de 10 mil litros do IFA. Além dessa remessa, que ainda não teve autorização para embarcar, o envio de novos lotes segue desconhecido.
Nesta quarta-feira (12), o Butantan realiza uma reunião com autoridades chinesas em busca de uma posição para a liberação do embarque de um lote de IFA, cuja chegada, se autorizada, será no próximo dia 18.
Porém, não há previsão de quando essa remessa chegará ao País e mesmo se será dividida em diferentes lotes.
Distribuição
Nesta quarta, o Governo de São Paulo e o Instituto entregaram um novo lote de 1 milhão de doses da CoronaVac ao Ministério da Saúde. Com isso, o governo paulista já entregou 46,112 milhões de vacinas, completando o primeiro acordo com o Governo Federal.
As doses serão encaminhadas ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), para serem distribuídas proporcionalmente aos estados. A entrega é a segunda de um total de três que o Butantan deve fazer à pasta da saúde nesta semana.
Na segunda-feira (10), foram repassados 2 milhões de doses e na próxima sexta-feira (14) será distribuído mais 1,1 milhão de imunizantes.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), acompanhou a entrega ao lado do secretário estadual da saúde, Jean Gorinchteyn, de Regiane de Paula, coordenadora do Programa Estadual de Imunização de São Paulo, Reinaldo Noburu Sato, superintendente da Fundação Butantan e de Rui Cury, presidente da Fundação Butantan.
"Entrave diplomático"
Segundo Doria, o governo pode decidir pela liberação dos 10 mil litros ou menos. "O laboratório Sinovac tem prontos, refrigerados e separados 10 mil litros para produzir a CoronaVac e poderá liberar 4 mil, 6 mil ou os 10 mil litros, mas nós temos um entrave diplomático, é preciso deixar claro isso", disse.
A liberação está em suspenso após as declarações do Governo Federal e, principalmente, do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contra o país asiático.
Doria afirmou que enquanto não houver a superação desse entrave diplomático a China não irá liberar esses insumos para a produção da vacina, a principal utilizada no País até o momento.
O governador reiterou que não há problemas em relação ao contrato com a Sinovac, e sim entre as autoridades chinesas e o governo brasileiro.
"É um tema de diplomacia e quem faz é a chancelaria do governo brasileiro, a conduta deve ser do Itamaraty. Não houve a autorização de embarque dos insumos para o Brasil, mas a Sinovac continua o envio de insumos para Indonésia, Turquia, Filipinas, México e Chile, somente para o Brasil que não", disse.