Quem é Jennifer Nayara, alvo de operação policial que invadiu casa por engano em Goiás

A verdadeira Jennifer Nayara Caetano de Souza é advogada e investigada por suposto envolvimento com organização criminosa

Escrito por Redação ,
Goias
Legenda: Durante a invasão, uma policial apontou uma arma para a mulher que mora na casa que virou alvo por engano.
Foto: Reprodução/Redes sociais

Em busca de Jennifer Nayara, a Polícia Civil de Goiás invadiu a casa de uma família por engano, na cidade de Aparecida de Goiânia, nesta semana, para o cumprimento de um mandado de prisão. A mulher que a equipe procurava, na verdade, morava na casa vizinha e entregou-se às autoridades logo após a confusão que começou por volta de 5 horas da manhã.

A verdadeira Jennifer Nayara Caetano de Souza é advogada e investigada por suposto envolvimento com organização criminosa. A mãe dela até já havia indicado os serviços advocatícios da filha à família que teve a casa invadida, antes do imbróglio. 

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Foi o que informou ao g1 o advogado da família confundida, Adriano Naves. “Ela [Jennifer] era vizinha, mas não era conhecida. A mãe dela um dia informou à minha cliente que, caso precisasse de uma advogada, a filha dela era. A minha cliente lembrou disso na hora e gritou por ela, mas nunca tiveram qualquer contato”, disse.

A defesa de Jennifer também confirma o distanciamento, apesar das duas famílias serem vizinhas. Em entrevista à TV Anhanguera, informou, ainda, que ela se entregou à polícia de prontidão, logo quando percebeu a confusão nas proximidades.

Órgãos oficiais

Por meio de nota, a Ordem dos Advogados do Brasil de Goiás (OAB-GO) informou que está acompanhando o caso, incluindo o cumprimento dos mandados.

"A OAB-GO mantém seu comprometimento em assegurar que os procedimentos legais e as garantias constitucionais sejam respeitados integralmente, tanto em relação à pessoa envolvida quanto ao devido processo legal. O acompanhamento da Ordem se dá para resguardo das prerrogativas da advocacia, bem como para fiscalização dos seus deveres funcionais e éticos", completou.

Já a Polícia Civil de Goiás negou que tenha havido engano e reforçou que chegou ao endereço correto na operação de quinta-feira, 11 de abril, que tinha ligação com Jennifer. O local foi conhecido por investigação técnica, via quebra de sigilo telemático e vigilância policial in loco, disse o órgão.

Mesmo assim, afirmou que a Superintendência de Correições e Disciplina vai apurar os “supostos abusos” cometidos.

Confira nota da Polícia Civil na íntegra:

A Polícia Civil do Estado de Goiás vem a público fazer alguns esclarecimentos, reforçando seu do compromisso com a transparência e com a busca da verdade por meio da investigação policial, mantendo sempre o amplo diálogo com a imprensa e a sociedade.

Em face da publicação de um vídeo particular originado no dia 11/04/2024, gravado durante uma operação policial da Delegacia Estadual de Investigações Criminais – DEIC, que cumpria mandados de prisão e busca e apreensão, deferidos judicialmente, reprimindo a prática dos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e organização criminosa, informa que seguiu os parâmetros regulares de investigação, obtendo-se êxito no tocante aos alvos.

Nesse contexto, necessário destacar:

a) o mandado de busca e apreensão foi cumprido no endereço correto, constante da ordem judicial, o qual foi obtido mediante investigação técnica, baseada em elementos decorrentes de quebra de sigilo telemático e vigilância policial in loco, devidamente documentados nos autos do inquérito policial de forma sigilosa;

b) ao chegarem no local, por volta das 06:00 da manhã, os policiais civis bateram no portão e chamaram os moradores por diversas vezes. Estes, por sua vez, recusaram-se a abrir o portão, claramente cientificados de que a polícia judiciária encontrava-se à frente para cumprirem ordem judicial. Após a desobediência reiterada dos moradores, houve a necessidade de entrada forçada na residência, sendo exigida, em seguida, a contenção dos ânimos, em obediência ao artigo 245, parágrafos 2º e 3º do Código de Processo Penal;

c) a investigação em referência denota a prática dos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e organização criminosa. Inegavelmente, havia uma ligação entre a casa objeto da busca e a pessoa que se buscava prender, tanto o é que, esta foi presa em frente à residência citada no mandado judicial, conforme registro das imagens;

d) toda a ação policial foi acompanhada, desde o início, por representante da Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB-GO, como registrado no referido vídeo.

Nessa seara, a Polícia Civil reforça o seu compromisso pela defesa da sociedade, ocasião em que seguirá firme no combate ao crime organizado, com recordes sucessivos no número de prisões e operações policiais.

Vale ressaltar que, na mesma data, a Polícia Civil de Goiás cumpriu mais de 80 (oitenta) mandados judiciais em operações policiais realizadas em todo o território goiano.

Polícia Civil encontra-se a disposição para quaisquer outros esclarecimentos que se fizerem necessários, reafirmando seu compromisso com a legalidade de seus atos, respeito aos direitos dos cidadãos e confiança na credibilidade, profissionalismo e dedicação de seus policiais.

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