Sheik dos Bitcoins é preso pela PF em Curitiba
Alvo da Operação Poyais, deflagrada em outubro, homem foi preso ao descumprir medidas cautelares
A Polícia Federal (PF) cumpriu na manhã desta quinta-feira (3) em Curitiba um mandado de prisão preventiva e dois de busca e apreensão em uma nova etapa da Operação Poyais. O mandado de prisão foi expedido contra Francisley Valdevino da Silva, mais conhecido como Sheik dos Bitcoins. Ele é acusado de crimes financeiros e foi detido por descumprir medidas cautelares.
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Deflagrada em outubro, a Operação Poyais apura a prática de crimes contra a economia popular e o sistema financeiro nacional, fraudes com criptoativos no Brasil e no exterior, estelionato, lavagem de capitais e organização criminosa.
Entre as vítimas que denunciaram o empresário estão Sasha Meneghel e o marido João Figueiredo, que teriam perdido R$ 1,2 milhão em transações feitas pelo suspeito, segundo informações do Uol.
Dentre as restrições impostas ao investigado, ele não poderia continuar a administrar suas empresas nem praticar atos de gestão no interesse de seu grupo econômico, medida que foi descumprida.
“A partir de diligências policiais, foi possível identificar que o investigado, dias após a deflagração da operação policial, passou a realizar encontros frequentes, em sua residência nesta capital, com funcionários de suas empresas. Uma das empregadas é a gerente financeira de seu grupo, ao passo que outro empregado identificado é o responsável pelo designer gráfico das plataformas virtuais criadas pelo investigado para prática das fraudes”, detalhou a PF em nota.
Plataformas e sistemas virtuais
A Operação constatou que o grupo criminoso confeccionava e comercializava plataformas e sistemas virtuais para terceiros interessados na prática de crimes semelhantes.
Em março, outra operação da PF – a Bad Bots –, resultou na condenação de duas pessoas responsáveis por crimes contra o sistema financeiro a partir de fraude envolvendo a comercialização de criptomoedas. Com o avanço das investigações, comprovou-se que o sistema virtual usado para essas fraudes foi criado e mantido pela organização criminosa que ora é investigada.
Também ficou demonstrado pelas investigações que os encontros com um funcionário da área de criação de plataformas virtuais se destinavam a criar e manter outros sistemas virtuais ativos, comercializados pela organização criminosa com terceiros, possivelmente usados para promoção de práticas criminosas semelhantes.
“Por conta disso, considerando a atualidade e periculosidade das ações do investigado, o qual, mesmo solto, continuou a criar e gerir plataformas virtuais usadas para promoção de esquemas de pirâmides financeiras, a prisão preventiva foi decretada pela Justiça Federal também para garantia da ordem pública e econômica, buscando-se, assim, o fim da atividade delitiva”, disse a PF.